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"Urbano"? "Rural"? É "o maior elogio", responde Montenegro a Marcelo

O líder do PSD e primeiro-ministro Luís Montenegro discursou no 50.º aniversário do partido.

"Urbano"? "Rural"? É "o maior elogio", responde Montenegro a Marcelo
Notícias ao Minuto

22:47 - 06/05/24 por José Miguel Pires

Política PSD

O presidente do Partido Social Democrata (PSD) e primeiro-ministro, Luís Montenegro, atirou farpas ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao Partido Socialista (PS), no seu discurso no 50.º aniversário do PSD.

Falando sobre o regresso às raízes, no mesmo dia em que o antigo presidente social-democrata Aníbal Cavaco Silva deu uma entrevista ao jornal Público a afirmar que "o que distingue a família social-democrata, os militantes e simpatizantes do partido, não é a origem das suas raízes", Montenegro prometeu: "Vamos ser mais social-democratas, vamos ser um PSD mais PPD (Partido Popular Democrático), e é isso que estamos a ser hoje".

"Mesmo que isso suscite grandes debates sobre as origens, a matriz, a idiossincrasia do partido, até da liderança, quero dizer-vos: Não é bem uma questão de ser mais urbano, mais rural, sinceramente", disse o líder social-democrata, em alusão ao comentário que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, teceu há duas semanas, quando disse que o primeiro-ministro vinha de um contexto "urbano-rural".

Depois de uma pausa em que se ouviram risos entre a plateia, onde figuravam algumas das principais figuras do atual PSD, Montenegro, que avisou que o assunto é "sério", regressou ao discurso: "É uma conceção de valorizar a pessoa em toda a sua dimensão e expressão, de valorizar a condição de cada um, com tudo aquilo que tem para colocar ao serviço de si próprio e de todos. É essa a minha e a nossa conceção".

"Se nos reconhecem essa conceção, esse é o maior elogio que se pode fazer ao PPD, ao PSD e ao seu líder", retorquiu.

Para o líder social-democrata, o país encontra-se numa circunstância política onde "a responsabilidade é máxima". "Temos estes princípios, esta história e uma grande oportunidade. É verdade que podemos até brindar ao sucesso, temos razões para isso, mas devemos brindar ao sucesso e à responsabilidade", acrescentou, recordando que o Presidente da República é "um ex-presidente do PSD".

"O presidente da Assembleia da República, que está aqui, é um militante do PSD. O primeiro-ministro, está-vos a falar, é o presidente do PSD", disse também, listando as figuras do partido que ocupam vários cargos por todo o país - e no Parlamento Europeu.

Luís Montenegro aproveitou também o discurso para criticar o Partido Socialista (PS), assegurando que o PSD esteve e está "sempre ao lado dos parceiros na aliança atlântica, dos países que falam a nossa língua e dos países que cultivam os valores do humanismo, dos direitos humanos, da paz, da democracia".

"Nunca deixamos de valorizar aquilo que são as nossas diretrizes, os nossos valores, para exercer o poder. Nunca, em nenhuma circunstância, abdicamos dos nossos valores só para ter a faculdade de exercer o poder", disse, em alusão à 'geringonça' que o PS formou com o Bloco de Esquerda (BE) e com o Partido Comunista (PCP) para governar, em 2016.

Montenegro assegurou estar "muito confortável com aquilo que hoje se diz" do PSD. "Digo isto com toda a tranquilidade. Sou presidente do PSD, está para fazer dois anos, e, prometi ao PSD e ao país que teríamos um PSD identificado com a sua raiz social-democrata, com a sua base, o seu princípio", continuou, num discurso em que dedicou boa parte das suas palavras a todas as vertentes do partido, tanto no Governo como no panorama autárquico e dos governos regionais.

"O PSD não é só o Governo. Estamos muito satisfeitos por ter a possibilidade de governar o país, por, finalmente, depois de oito anos de estagnação, termos esta possibilidade de transformar, de mudar o país. Mas nunca ignorei que um autarca numa assembleia de freguesia também muda a vida das pessoas", afirmou.

Leia Também: O que distingue o PSD é "o interclassismo" e não "as suas raízes"

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