"Gostava de me referir às manifestações que ontem tiveram lugar em vários pontos do país e à forma como foram tratadas pela comunicação social e pelo poder político em Portugal. O país vive uma permanente esquizofrenia política, em que a vontade significativa, a vontade tamanha, de associar determinados episódios a alguns partidos é tanta que cega quem vê, quem está a ver em casa, mas também quem transmite de outros locais para casa", afirmou.
Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura disse que "o Chega condenou desde a primeira hora toda a violência" e acusou outros partidos e movimentos de não fazerem o mesmo "quando os alvos dessa violência eram o Chega ou outros movimentos políticos".
"O país vive naquela espécie de bolha política, cada vez mais isolada, em que alguns saem à rua, poucas dezenas, feitas centenas ou milhares em alguns canais de televisão, para mostrar que há um grande movimento contra a extrema-direita, nacional e contra aqueles que põem em causa os valores de Abril. Claro que as eleições não disseram nada disso e claro que o voto não disse nada disso", defendeu.
Ventura considerou também que a classe política e mediática está "agarrada aos privilégios do passado, e não aceita que o país mudou", continuando "a querer mantê-lo refém da mesma lógica que teve nos últimos 50 anos".
Livre, BE, PCP e PAN exigiram no domingo uma resposta firme do Governo à violência da extrema-direita, durante uma concentração em Lisboa em solidariedade com o ator Adérito Lopes, agredido na terça-feira por indivíduos associados a grupos neonazis.
A manifestação, que decorreu em frente ao teatro A Barraca, reuniu centenas de pessoas e serviu de palco a um forte apelo contra o discurso de ódio e a violência política.
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