O PSD pediu hoje a demissão do ministro da Saúde, considerando que, perante o "descalabro" no setor é a única atitude que se espera.

Ora, face a estas afirmações, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Adalberto Campos Fernandes, desvaloriza a intervenção do partido da oposição: "Já estamos habituados. Faz parte do exercício quase quinzenal", comenta o governante.

No entendimento do ministro, “o PSD o que está a fazer agora é cavalgar uma espécie de frenesim populista”, já que “numa semana diz que o excedente deve ser usado para aumentar funcionários públicos e noutra que deve ser usado por uma questão de prudência orçamental”.

Portanto, acrescenta Adalberto Campos Fernandes, “sobre o PSD resta pouca coisa sobre as substâncias políticas e das propostas. Resta trabalhar no ‘soundbite’ e de 15 em 15 dias fazer um pedido qualquer que evidentemente não tem nenhum sentido”.

Perante o pedido de demissão que partiu do PSD, “o que temos a dizer é que o Governo continua empenhado naquilo que é a sua maior responsabilidade: que o SNS, depois de um período de fortíssima desvitalização, se reforce. Que os portugueses tenham acesso aos cuidados de saúde em tempo e qualidade adequadas”.

E, neste enquadramento, acrescenta o ministro: já “temos mais oito mil profissionais e melhores resultados em todas as linhas de atividade, mais consultas, mais cirurgias, mais transplantes e mais respostas ao nível dos cuidados de saúde”.

Todavia, estas metas não são suficientes para o responsável pela pasta da Saúde, que diz não estar “satisfeito”. Mas, adverte, “não se consegue regenerar um sistema que foi de tal maneira delapidado em dois anos”.

Adalberto Campos Fernandes aproveita ainda a oportunidade para realçar que “nunca tinha havido, como neste período, um esforço tão grande de recuperação remuneratória, do capital humano e dos direitos ao nível das horas qualidade”.

O governante lança também uma farpa ao partido social-democrata, já que “contrariar a verdade de facto com demagogia e mentira não é útil para os portugueses. Deve falar-se aos portugueses com um discurso de responsabilidade que tenha presente aquilo que o senhor Presidente da República referiu: o curto prazo não pode pôr em causa o médio e o longo prazo”.

Questionado pelos jornalistas relativamente ao Serviço de Pediatria do Hospital de São João, que alegadamente estaria a ser “reestruturado diretamente com [Ministério das] as Finanças”, Adalberto Campos Fernandes é categórico: “Essa notícia é falsa, aliás como será desmentida pelo Ministério das Finanças”.

Face a estas alegações, o ministro esclarece ainda que “há um compromisso político que não é do ministro da Saúde nem das Finanças. Trata-se de um compromisso que foi assumido pelo primeiro ministro nesta casa relativamente à ala pediátrica do São João. É um compromisso do Governo. O que temos é uma exploração mentirosa daquilo que é a rotina normal de quando estamos perante um investimento em saúde, como é o caso", remata.