Associação diz que falharam procedimentos de segurança
A Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE) defendeu hoje a morte de um jovem, em Marco de Canaveses, na sequência do rebentamento de um tubo de fogo, poderá ter resultado da "falha" dos procedimentos de segurança.
© Global Imagens
País Pirotecnia
"Algum procedimento de segurança falhou antes, durante e depois do lançamento do dispositivo pirotécnico. Ou, por algum motivo, os jovens não se aperceberam que os tubos já tinham sido ativados e foram espreitar para ver se estava tudo bem, ou teria havido a projeção do material e a peça não saiu na sequência normal, por algum atraso pirotécnico, e pensaram que já não existiria perigo e aproximaram-se", explicou à Lusa o presidente da ANEPE, António Rodrigues.
Um homem de 21 anos morreu hoje e outro, de 22 anos, ficou gravemente ferido, na sequência do rebentamento de um tubo de fogo, na freguesia de Constance.
De acordo com o comandante da GNR local, o jovem estaria junto ao tubo quando aquele foi ativado à distância.
"O tubo estava no chão e prestes a ser ativado quando o jovem meteu a cabeça à frente e foi atingido pelo fogo", explicou à Lusa o comandante Rui Pinto.
"Uma pessoa com o mínimo de conhecimentos e formação nesta área não se aproxima dos tubos nem nunca espreita", explicou António Rodrigues.
O presidente da ANEPE explicou que em Portugal "existe pouca legislação" a regular o setor mas adiantou que "existem instruções de utilização deste material produzida pela própria associação que descreve os procedimentos, mínimos, a ter no manuseamento destes explosivos".
Os dispositivos de lançamento são colocados numa zona vedada por fita sinalizadora é recomendado que, após o lançamento, seja respeitado um período entre 15 a 20 minutos, no mínimo, para uma aproximação aos tubos do fogo de artifício.
António Rodrigues adiantou que "são dispositivos mais seguros" que os foguetes tradicionais e que, por ano, ocorrerão "menos de meia dúzia deste tipo de acidentes".
"Ocorreram mais acidentes quando há cerca de 10 anos se fez a transição do foguete tradicional para este material. É um artigo pirotécnico mais seguro logo á partida por garantir uma distância entre o operador e o fogo, que pode ser iniciado a vários metros ou até quilómetros, por via eletrónica", explicou.
Segundo António Rodrigues a formação para o manuseamento deste material "é assegurando pelas empresas fabricantes, bem como a emissão da respetiva credencial de lançador de fogo de artifício".
"Cabe à PSP confirmar a credenciação emitida pelas empresas fabricantes", frisou.
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