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Comunidade brasileira em Toronto pede justiça pela morte de vereadora

Cerca de 300 brasileiros reuniram-se no domingo, junto à Câmara Municipal de Toronto, Canadá, para pedirem justiça no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Comunidade brasileira em Toronto pede justiça pela morte de vereadora
Notícias ao Minuto

07:20 - 19/03/18 por Lusa

Mundo Marielle Franco

"Queremos que o povo brasileiro acorde, que lute pela batalha de Marielle. Uma luta por um país igual, sem preconceito, que as vidas tenham o seu valor. Esta é a mensagem, continuar a luta de Marielle Franco", disse à agência Lusa, Rosana Antler, uma das promotoras da vigília.

Marielle Franco, de 38 anos, natural da favela da Maré (Rio de Janeiro, Brasil), foi assassinada no dia 14 de março, com quatro tiros na cabeça, após o veículo em que viajava ter sido baleado.

A vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, era militante do Partido Socialismo e Liberdade (esquerda), e foi morta juntamente com o condutor, após participar num encontro de mulheres negras.

"É uma luta por um país igual, onde as mulheres negras, os grupos LGBTs e todas as minorias que sofrem sobre preconceito que hoje existe no Brasil. Que acordem porque a vida é muito mais do que isso. A vida de Marielle foi muito mais do que isso. A luta dela foi para um país mais igual e mais honesto", acrescentou a organizadora.

No Canadá há 18 anos, natural de São Paulo, Rosana Antler espera que "este extermínio, um assassinato horroroso, não tenha sido em vão", mas pela demonstração em Toronto "está a unir a comunidade brasileira".

Foi ao som do samba, na Nathan Phillips Square, o largo da Câmara de Toronto, que a comunidade brasileira enviou a mensagem para que as autoridades "investiguem com rigor o assassinato cobarde" da vereadora.

Catarina Guanais, de Salvador (Bahia), no Canadá há quatro anos, sublinhou ainda a importância de se "chamar a atenção das autoridades internacionais", realçando que é de "extrema importância que se demonstre a realidade política e social no Brasil".

"Não vamos deixar este crime passar por impune. Queremos justiça, mas acima de tudo, queremos que a voz de Marielle (Franco) chegue aos quatro cantos do mundo. Em Portugal, no Brasil, aqui no Canadá e onde for possível chegar", alertou.

A brasileira pediu enviou ainda uma mensagem aos responsáveis políticos que mudam as leis, até porque normalmente nestes casos "os criminosos acabam por ficar impunes, pois há sempre uma brecha na lei".

O assassínio de Marielle Franco trouxe de volta o fantasma pelo receio da liberdade de expressão, como sucedeu no passado.

"Eu não passei por isso, mas os meus pais viveram-no. Quem brigava pela liberdade, por uma sociedade mais justa e igualitária, era executado. Não sabemos o que agora vai acontecer. Temos o receio que se volte a repetir no Brasil", lamentou Augusto Cesar.

No Canadá há sete meses, natural de Natal (Rio Grande do Norte), o brasileiro defende que é necessária uma maior "consciencialização a partir da educação e o povo brasileiro tem de saber o seu poder democrático"

Mesmo a uma distância de milhares de quilómetros, a comunidade "está unida e sempre a pensar no Brasil", prometeu Fernanda Aquesta.

De São Paulo, no Canadá há seis anos, a brasileira pediu união em torno desta causa, para que "não se deixe passar por esquecido o assassinato" da vereadora.

Além da vigília em Toronto, a comunidade brasileira também se juntou na semana passada nas cidades canadianas de Montreal (Quebeque) e de Windsor (Ontário).

No Canadá há cerca de 60 mil brasileiros, estando a maioria localizada em Toronto, Montreal e Vancouver.

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