Medidas dos EUA são "irracionais" mas também "uma honra" para a Venezuela
A Venezuela classificou, na segunda-feira, como "irracionais" as medidas dos Estados Unidos que restringem a entrada de funcionários públicos venezuelanos, apesar de o vice-presidente Tareck el Aissami ter dito que são também "uma honra" e "um troféu".
© Reuters
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"A Venezuela rejeita categoricamente a decisão irracional do Governo dos Estados Unidos de catalogar novamente o nobre povo venezuelano como uma ameaça para a segurança nacional, neste caso sob falsos pretextos de que representam uma ameaça terrorista e para a ordem pública norte-americana", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
No domingo, o Presidente norte-americano substituiu o seu polémico decreto que impedia a entrada de pessoas de seis países de maioria muçulmana com um que impõe restrições a oito nações, incluindo a Venezuela.
Segundo a ordem de Trump, a Venezuela está incluída porque "o seu Governo não coopera na verificação dos seus cidadãos [para saber se] representam ameaças para a segurança nacional ou pública".
As restrições centram-se em "funcionários do Governo da Venezuela que são responsáveis pelas deficiências identificadas", foi dito.
As restrições são dirigidas a funcionários públicos e familiares diretos, especificamente os relacionados com os ministérios de Relações Interiores e Exteriores, assim como do Serviço Administrativo de Identificação, Migração e Imigração, do organismo policial Corpo de Investigação Científica, Penal e Criminalísta (CICPC) e do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN, serviços secretos).
O Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano afirma que estas ações fazem parte de uma "campanha de agressões sistemáticas" dos Estados Unidos contra o seu país, que usam a luta contra o terrorismo como meio para "alcançar objetivos políticos" e "exercer pressão sobre as instituições do Estado venezuelano".
O vice-presidente Tareck el Aissami disse mesmo que as medidas dos Estados Unidos são uma "honra" e um "troféu", apesar de também as ter classificado de "agressão".
"Que o império 'ianque' nos sancione a nós, que somos revolucionários, tomamo-lo como (...) o reconhecimento máximo das nossas lutas históricas. Para nós é uma honra que o império nos sancione", disse El Aissami, classificando o Presidente norte-americano, Donald Trump, de desequilibrado e "arrogante".
Já o Presidente Nicolás Maduro culpou o chefe do parlamento, o opositor Julio Borges, pelas medidas tomadas pelos Estados Unidos. O chefe de Estado disse que pouco lhe importava se teria visto para ir aos Estados Unidos, país onde sempre que teve de ir foi "obrigado".
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