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Turquia ameaça com ação militar no Curdistão iraquiano

O Presidente da Turquia ameaçou avançar com uma ação militar no Curdistão iraquiano, que realiza hoje um referendo sobre a independência da região autónoma, argumentando que todas as opções são válidas para evitar o estabelecimento de um "Estado terrorista".

Turquia ameaça com ação militar no Curdistão iraquiano
Notícias ao Minuto

16:11 - 25/09/17 por Lusa

Mundo Tayyip Erdogan

"Como já disse antes, podemos chegar de repente durante a noite. Fizemos isso com a 'Operação Escudo Eufrates' [na Síria]", advertiu Recep Tayyip Erdogan, num discurso em Istambul, transmitido pela televisão.

"É claro que não permitiremos que ali [no Iraque] se estabeleça, como na Síria, um ou vários Estados terroristas", disse o chefe de Estado turco.

Lembrando que o exército turco "limpou" a presença do grupo extremista Estado Islâmico (EI) nos 2.000 quilómetros quadrados do território sírio que fazem fronteira com a Turquia, o líder turco assegurou que também é possível realizar uma operação similar no Iraque.

"Se necessário, não hesitarei em tomar medidas semelhantes no Iraque", afirmou Erdogan, frisando: "Todas as opções políticas e diplomáticas estão sobre a mesa para evitar que as questões do Iraque e da Síria se tornem ameaças para o nosso país".

O Presidente turco, forte opositor do referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano, voltou também a exigir às autoridades curdas iraquianas que retrocedam nas suas ambições independentistas porque "o que não pode ser, não pode ser".

Em pleno dia de referendo no Curdistão iraquiano, Erdogan já tinha anunciado hoje em Istambul que vai encerrar em breve a fronteira terrestre com aquela região autónoma do Iraque, bem como ameaçou bloquear as exportações petrolíferas daquele território.

O governante turco admitiu que Ancara poderá perturbar o abastecimento de petróleo que o Curdistão iraquiano exporta para a Europa através de um oleoduto que passa pelo sul da Turquia.

Contra todas as pressões e ameaças internacionais que rodearam a realização da consulta popular, o governo autónomo do Curdistão iraquiano decidiu avançar com o referendo.

O presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, sempre afirmou que não tinha outra alternativa, além do referendo, para garantir a salvaguarda dos direitos dos curdos do Iraque, que representam cerca de 20% de uma população de 37 milhões e que têm enfrentado décadas de repressão.

A região do Curdistão só adquiriu o estatuto de autonomia 'de facto' após a primeira Guerra do Golfo, em 1991, e a oficial após a segunda Guerra do Golfo, em 2003.

A Turquia, entre outros países, expressou por diversas ocasiões a sua oposição a esta consulta popular, temendo que a criação de um estado curdo no Iraque reforce os desejos separatistas da minoria curda que vive na região sudeste do território turco, zona sob influência do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) que é cenário de uma rebelião sangrenta desde 1984.

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