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Cardeal diz ter “total apoio” do Papa em investigação a pedofilia

O cardeal George Pell, responsável pela Secretaria de Economia do Vaticano, afirmou hoje contar com "total apoio" do Papa, ao pronunciar-se perante uma comissão que investiga casos de pedofilia cometidos por membros da Igreja católica na Austrália.

Cardeal diz ter “total apoio” do Papa em investigação a pedofilia
Notícias ao Minuto

06:28 - 01/03/16 por Lusa

Mundo George Pell

Antes de iniciar hoje o segundo dia de declarações, Pell, que dá o seu testemunho por videoconferência a partir de Roma, por não ter podido viajar para a Austrália por motivos de saúde, declarou que tem "o total apoio do Papa".

Pell, o titular do mais alto cargo da Igreja católica a prestar declarações relativamente a casos de pedofilia, reuniu-se na véspera com o Papa Francisco, depois da primeira comparência diante do organismo australiano que analisa a resposta institucional às denúncias de pedofilia.

Contudo, desconhece-se se nesta reunião, que estava previamente programada, o assunto foi abordado, informou a cadeia televisiva ABC.

Pell pronuncia-se no âmbito da investigação a dezenas de casos de pedofilia entre as décadas de 1960 e 1980 nas cidades australianas de Ballarat, onde nasceu e trabalhou como sacerdote, e Melbourne, onde foi arcebispo.

Hoje Pell foi interrogado pela advogada da comissão, Gail Furness, sobre quem se responsabiliza pela proteção de menores dentro de uma paróquia.

"Cada um tem um determinado tipo de responsabilidade em geral. Os indivíduos e especialmente os titulares dos cargos têm uma responsabilidade particular nas áreas que lhes dizem respeito", respondeu Pell.

Furness questionou o prelado relativamente às obrigações de um sacerdote em atuar diante do abuso sexual de um menor à luz da lei canónica.

"Não estou certo de que moralmente escapara a esta obrigação, mas também não tenho a certeza de que fosse inclusive um dever cívico informar sobre este delito naquela época", disse.

O cardeal australiano qualificou de "uma história triste" que "não era de grande interesse" para si a dos abusos sexuais contra menores praticados em meados da década de 1970 pelo sacerdote Gerald Ridsdale, cujos delitos já eram conhecidos em pelo menos duas paróquias.

O então bispo Ronald Mulkearns teria conhecimento dos atos de Ridsdale, mas o cardeal australiano garantiu que não foi informado sobre o assunto quando trabalhou como seu assessor.

Ao ser questionado pelo presidente da comissão, Peter McClelland, se teria sido enganado por Mulkearns, Pell respondeu: "Infelizmente, está correto".

Pell também negou ter conhecimento de que Ridsdale viveu durante vários meses com um adolescente de 14 anos no presbitério na década de 1980.

"O cardeal Pell é muito astuto e um homem muito brilhante. Como pode dizer que não sabia?", questionou Phil Nagle, uma das 15 vítimas e familiares que viajaram até Roma para ouvir presencialmente as declarações de Pell, citado pela agência australiana AAP.

Por seu lado, David Ridsdale, sobrinho e que se declara vítima de Gerald Ridsdale, afirmou que Pell "ou é culpado ou é um palhaço ignorante".

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