Tsipras propõe congresso extraordinário do Syriza. O que aí vem?
O primeiro-ministro grego propôs hoje ao comité central do Syriza a organização de um congresso extraordinário, em setembro, para um "amplo debate" sobre a estratégia partidária, dadas as novas condições impostas pela negociação de um novo resgate.
© Reuters
Mundo Grécia
"Proponho ao comité central a organização de um congresso extraordinário em setembro para debater o que pode fazer um governo de esquerda na Europa e analisar a nossa tática nas atuais condições", disse Alexis Tsipras.
O primeiro-ministro apresentou o modelo de congresso extraordinário com base na nova composição das bases e não com delegados permanentes, eleitos no congresso regular de 2013.
A Plataforma de Esquerdas exigiu um congresso permanente, que englobe apenas os delegados originais em representação do Syriza antes de se transformar num partido governamental, enquanto Tsipras defende a eleição de novos delegados para representar a atual formação.
"Peço a todos que aceitem a proposta de congresso extraordinário e resolvam unidas as nossas divergências através de um debate democrático", afirmou, perante o comité central do Syriza.
O chefe do Governo grego mostrou-se convencido de que o executivo e o partido podem oferecer "soluções corretas para proteger as classes que representam e, ao mesmo tempo, manter a unidade partidária".
"O respeito das decisões da maioria é também o respeito do nosso objetivo comum, mudar a sociedade. Se não tivermos o mesmo objetivo, não há razão para ficarmos juntos", sublinhou Tsipras, dirigindo-se à ala mais ortodoxa do Syriza, cujos deputados votaram contra as duas propostas de reformas aprovadas recentemente.
"Se alguém acredita que se pode conseguir algo melhor com outro primeiro-ministro e outro governo que o diga", disse, sobre o acordo com os credores da Grécia.
Na opinião de Tsipras, o governo não teve outra opção. As dificuldades económicas para "as classes sociais" que o Syriza representa não desapareceram, nem fora da Europa, afirmou.
"Se alguém acredita que este resgate é o pior dos três que o diga", frisou.
O Syriza tem que escolher agora entre avançar para um compromisso com os credores - Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Mecanismo Europeu de Estabilidade e Fundo Monetário Internacional - ou recuar, depois de seis meses de negociações e de uma dura batalha, declarou Alexis Tsipras.
"Chegou a hora de explicar ao povo quais eram as opções que tínhamos: as de um compromisso difícil ou as de uma quebra incontrolável", destacou.
"Alguns afirmam que tínhamos uma terceira opção: a saída do euro", disse Tsipras, numa alusão aos críticos do partido que defendem esta solução.
Esta opção, "sem reservas em moeda estrangeira", levaria a uma desvalorização rápida e ao pedido de um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional, concluiu.
O líder do partido da esquerda radical -- que venceu as legislativas de janeiro e elegeu 149 dos 300 deputados --, reconheceu que os compromissos do "acordo de Bruxelas" de 13 de julho conduziram a uma situação que poderá implicar a convocação de eleições antecipadas.
Nas duas votações no parlamento sobre os programas de reformas, que os credores internacionais exigiram como condição prévia para o início das conversações sobre um terceiro resgate avaliado em 86 mil milhões de euros por três anos, mais de 30 deputados do Syriza decidiram votar contra.
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