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Exército do Sudão do Sul acusado de violar direitos humanos
O exército do Sudão do Sul tem realizado graves violações dos direitos humanos numa ofensiva militar contra as forças da oposição, considerou hoje o bloco regional que impulsiona os esforços de paz no país, o IGAD.
© Reuters
Mundo Nairobi
A Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD na sigla em inglês), bloco de oito países do leste de África, condenou as "ações injustificadas e terríveis" do governo sul-sudanês, referindo que durante a ofensiva se registaram "violência contra civis, graves violações dos direitos humanos e destruição de aldeias".
A ofensiva, iniciada no final de abril, é uma das maiores do governo durante a guerra civil de 17 meses, com os combatentes a violarem, saquearem e incendiarem localidades do estado de Unity, segundo a ONU e agências humanitárias. Os ataques estão agora a alargar-se aos estados vizinhos a norte e leste.
"As forças do governo estão a realizar uma ofensiva militar em larga escala contra as forças da oposição em Rubkona, Mayom, Guit, Koch e Mayendit no estado de Unity", indica o comunicado do IGAD, adiantando ser "cada vez mais claro que a ofensiva está a ser alargada aos estados de Jonglei e Upper Nile".
O responsável pela ajuda da ONU no Sudão do Sul disse esta semana que o número de civis sem apoio de base devido à ofensiva atingiu os 500.000, depois das Nações Unidas e de outras agências terem retirado devido aos combates.
Metade dos 12 milhões de pessoas do país precisam de ajuda e 2,5 milhões correm risco de fome, segundo a ONU.
O porta-voz do exército do Sudão do Sul Philip Aguer rejeitou as informações de abusos, referindo que o exército "tem um código para as operações que não autoriza que se queimem aldeias ou se ataquem civis inocentes".
O conflito começou em dezembro de 2013 quando o presidente Salva Kiir acusou o seu antigo vice-presidente Riek Machar de uma tentativa de golpe.
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