Sócio de Sánchez pede processo a Netanyahu por "crimes de guerra"
O partido Somar, que está na coligação de Governo em Espanha, disse hoje que há um genocídio na Faixa de Gaza e apelou à justiça espanhola para abrir um processo por "crimes de guerra" ao primeiro-ministro israelita.
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Mundo Médio Oriente
O líder parlamentar do Somar, Iñigo Errejón, disse que o processo contra Benjamin Netanyahu pode ser aberto pelo Ministério Público de Espanha, seguindo aquilo que fez o Tribunal Penal Internacional (TPI), com base nas 130 pessoas com nacionalidade espanhola deslocadas em Gaza por causa da operação militar de Israel iniciada em outubro passado, em resposta a um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas.
Iñigo Errejón falava no plenário dos deputados do parlamento espanhol, em Madrid, onde hoje o primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou que Espanha reconhecerá formalmente o Estado da Palestina na próxima terça-feira, através de uma resolução do Conselho de Ministros que apoiam os dois partidos na coligação de Governo, o socialista (PSOE) e o Somar (esquerda).
Errejón aplaudiu a decisão anunciada por Sánchez, que considerou corajosa, mas defendeu que não há motivos para "festejar muito" atendendo a que o reconhecimento da Palestina como Estado por Espanha ocorre "no meio de um genocídio, no meio de uma tragédia descomunal".
O deputado do Somar pediu a Sánchez para ir mais longe e exigir o cumprimento das resoluções das Nações Unidas sobre Israel e o cessar-fogo no território palestiniano da Faixa de Gaza.
Errejón pediu também a Pedro Sánchez para se somar "sem reservas" ao processo iniciado pela África do Sul contra Israel nas instâncias judiciais internacionais, por genocídio, e para apoiar as ordens de detenção do TPI contra Netanyahu e contra dirigentes do Hamas.
O Somar quer ainda o embargo total de venda de armas a Israel por empresas espanholas, que Sánchez promova em Bruxelas a rutura do acordo comercial da União Europeia com o Estado israelita e que Espanha retire a embaixadora de Telavive.
No debate de hoje no parlamento espanhol, o líder do Partido Popular (PP, direita) e da oposição, Alberto Núñez Feijóo, discordou do reconhecimento imediato da Palestina como Estado.
Feijóo disse ser prioritária a entrega de reféns israelitas que estão nas mãos do Hamas, o cessar-fogo em Gaza, a entrada de ajuda humanitária no território palestiniano "e evitar uma maior escalada".
"E uma vez conseguido isto, falemos de uma solução de paz e convivência duradoura de dois Estados democráticos e de libertar a Palestina do Hamas", defendeu Feijóo, para quem Sánchez avançou agora com esta decisão para desviar atenções de suspeitas de corrupção que envolvem o PSOE e a família do primeiro-ministro.
Também o Vox (extrema-direita) criticou a "decisão unilateral" de Sánchez sobre a Palestina, considerando que é "um prémio" ao Hamas, um grupo considerado terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Espanha reconhecerá a Palestina como Estado na próxima terça-feira, dia 28 de maio, com uma resolução do Conselho de Ministros, disse hoje o líder do Governo de Madrid, Pedro Sánchez.
Além de Espanha, também a Irlanda e a Noruega vão reconhecer formalmente a Palestina como Estado na próxima semana, anunciaram hoje os respetivos Governos.
A Eslovénia também indicou hoje que irá juntar-se em breve ao reconhecimento do Estado palestiniano.
Já reconheceram unilateralmente o Estado da Palestina cerca de 137 dos 193 membros da Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com a Autoridade Palestiniana.
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