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Bienal de Arquitetura propõe unir inteligências para futuro sustentável

O curador da Bienal de Arquitetura de Veneza em 2025, Carlo Ratti, anunciou hoje que o tema da próxima edição vai ser "'Intelligens'. Natural. Artificial. Coletivo", propondo unir diferentes inteligências para criar um futuro sustentável.

Bienal de Arquitetura propõe unir inteligências para futuro sustentável
Notícias ao Minuto

14:51 - 07/05/24 por Lusa

Mundo Bienal de Veneza

O evento que a cada dois anos concentra propostas da arquitetura contemporânea de todo o mundo vai decorrer em Veneza, entre 10 de maio e 23 de novembro do próximo ano, com pré-abertura a 08 e 09 de maio, anunciou a organização numa conferência de imprensa, na histórica cidade.

Carlo Ratti, curador da 19.ª Exposição Internacional de Arquitetura, disse, na conferência de imprensa, que o título da bienal é normalmente anunciado em inglês e em italiano, mas em 2025 será condensado numa única palavra para ambas as línguas através da origem latina comum: 'intelligens', que significa "aquele que entende".

Ratti apontou que a última sílaba, "gens", significa "povo" em latim e sugere "um futuro da inteligência que é inclusivo, múltiplo e imaginativo, para além do atual enfoque limitado na Inteligência Artificial".

"A exposição será sobre o ambiente construído e as muitas disciplinas que o moldam. A arquitetura está no centro, mas não está sozinha. Faz parte de uma esfera alargada que integra a arte, a engenharia, a biologia, a ciência dos dados, as ciências sociais e políticas, as ciências dos sistemas planetários e outras disciplinas, ligando todas e cada uma delas à materialidade do espaço urbano", sublinhou o arquiteto que dirige o Senseable City Lab do MIT, em Boston, nos Estados Unidos.

O curador lembrou: "O ambiente construído é um dos maiores contribuintes para as emissões atmosféricas, colocando a arquitetura entre os principais culpados da degradação do nosso planeta. À medida que a crise climática se acelera, devemos resignar-nos a este papel, ou ainda somos capazes de oferecer soluções, substanciais e não cosméticas, eficazes e rápidas de alcançar?".

Nesse sentido, a proposta de Carlo Ratti é criar uma exposição que "procurará um caminho a seguir, com soluções inteligentes para problemas prementes que podem assumir muitas formas".

"Todos juntos podemos garantir que a Bienal de Arquitetura possa ser mais do que um evento bonito e deixe um legado que faça uma diferença na vida das pessoas", declarou, perante os jornalistas.

Para Ratti, o papel dos arquitetos vai ser estimular os processos evolutivos naturais para os enviar em novas direções: "Aprendendo com muitas ciências, esta exposição espera acelerar a transformação do presente através de tentativas e erros destemidos, e encontrar um futuro melhor no processo".

Relativamente à metodologia da bienal, indicou que vai ser criado um "Laboratório Vivo" em vários pontos de Veneza, "uma vez uma vez que o Pavilhão Central nos Giardini estará em renovação em 2025", mas não adiantou pormenores sobre essas obras, nem o presidente da Bienal, Pietrangelo Buttafuoco, o fez.

O Pavilhão Central será substituído por uma série de projetos especiais que aproveitarão Veneza e as áreas exteriores dos locais de exposição da Bienal.

Haverá ainda um "Espaço para Ideias": "Numa altura de crise, precisamos de adotar uma abordagem colaborativa ao ´design´. A partir de 07 de maio de 2024, será aberto um espaço público para a apresentação de ideias no 'site' da bienal, promovendo uma heterogeneidade expansiva de vozes, visões e sugestões".

Outro pilar vai ser o "Protocolo de Circularidade", que consistirá em "estabelecer objetivos sem precedentes para definir direções claras e um novo padrão para o futuro dos eventos culturais", nomeadamente através de um manifesto.

Na conferência de imprensa foi também lançada a segunda edição da Bienal Faculdade de Arquitectura, aberta a estudantes de pós-graduação e profissionais emergentes com menos de 30 anos para apresentarem projetos que utilizem a inteligência natural, artificial e coletiva para combater a crise climática.

Em 2023, o projeto "Fertile Futures", com curadoria de Andreia Garcia, da Architectural Affairs, representou Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza, sob o tema "O Laboratório do Futuro", com curadoria geral de Lesley Lokko.

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