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Campanha alemã às Europeias marcada por "violência" e ameaças

O politólogo Gero Neugebauer acredita que há uma "disposição crescente para a violência" na campanha alemã para as eleições europeias, depois do arranque ter sido marcado por políticos feridos, ameaças, insultos e cartazes destruídos.

Campanha alemã às Europeias marcada por "violência" e ameaças
Notícias ao Minuto

16:12 - 04/05/24 por Lusa

Mundo Alemanha

"Há quem diga que o conflito na sociedade alemã se tem intensificado desde que a AfD e outros grupos extremistas aumentaram os seus ataques contra a democracia, e, ao mesmo tempo, muitas pessoas, que até agora estavam em silêncio, começaram a manifestar-se contra a extrema-direita populista", considerou Gero Neugebauer, em declarações à agência Lusa.

O mais recente incidente envolveu um candidato do Partido Social Democrata (SPD) em Dresden, na Saxónia, que foi espancado na noite de sexta-feira, ficando gravemente ferido. Na mesma noite, outro político, membro dos Verdes, também terá sido agredido, na mesma cidade.

Os ataques aconteceram enquanto os políticos afixavam cartazes. Ambos estavam sozinhos. O SPD federal e do estado da Saxónia já condenou estes atos violentos, qualificando-os de ataques à democracia. Foi reforçada a segurança de forma a impedir que membros do partido levem a cabo ações de campanha sozinhos. Além disso, a polícia será informada antecipadamente sobre a colocação de cartazes.

A ministra do Interior, Nancy Faeser, do SPD, já escreveu na rede social X (antigo Twitter) que, se for provado que a agressão teve motivações políticas, isso irá representar "um grande ataque à democracia."

"O Estado Constitucional deve e irá responder a isto com ações duras e mais medidas de proteção", sublinhou.

Para o investigador da Universidade Nova de Berlim, "há uma disposição crescente para o conflito e para a violência. Penso que as campanhas são bons momentos para expressar o amor ou o ódio por um outro lado, mas desta forma não é normal. Já tivemos noutras ocasiões recentes, cartazes pintados, ou com 'slogans' modificados, mas este tipo de ações, não".

Também na sexta-feira, dois políticos dos Verdes foram atacados em Essen, na Renânia do Norte-Vestefália, depois de uma ação de campanha.

Já o Die Linke (A Esquerda), alertou a semana passada para os "ataques de extremistas de direita" na campanha eleitoral nas regiões do leste do país, alertando para o clima de medo que está criado.

Também a União Democrata-cristã (partido de centro-direita da antiga chanceler Angela Merkel) viu 400 dos seus cartazes destruídos em Leipzig. Os cartazes, criados com a comunidade migrante, em três línguas, alemão, turco e árabe, pediam "mais segurança e ordem".

"Faço campanha desde 1990 e nunca vi um ataque deste género", revelou o líder distrital da CDU, Andreas Nowak, citado pelo Spiegel.

As eleições europeias decorrem a 9 de junho.

Leia Também: Políticos alemães condenam agressão a eurodeputado: "Democracia ameaçada"

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