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Extrema-direita lidera sondagens antes de presidenciais em França

O partido de extrema-direita francês União Nacional (RN) lidera as sondagens para as eleições europeias, vistas como uma antecipação para as presidenciais de 2027, a 15 pontos do partido do Presidente francês, Emmanuel Macron.

Extrema-direita lidera sondagens antes de presidenciais em França
Notícias ao Minuto

13:32 - 02/05/24 por Lusa

Mundo Europeias

"O objetivo essencial desta campanha é sancionar um governo pelas políticas de Emmanuel Macron desde a sua reeleição", disse hoje Patrick Martin-Genier, professor na universidade Sciences Po, em entrevista à Franceinfo.

A cinco semanas das eleições europeias, o líder do RN, Jordan Bardella, "está a esmagar a concorrência em termos de intenções de voto [32%]" e "está a fazer progressos junto de eleitores que antes estavam relutantes em votar no RN, como os executivos e os reformados", afirmou o vice-chefe do departamento de França do jornal La Croix, Paul de Coustin.

Para Françoise Fressoz, editora do jornal Le Monde, Bardella é "o rei da esquiva" por recusar-se a debater com os adversários e falar o mínimo sobre temas europeus, centralizando a sua campanha a nível nacional, opondo-se assim ao presidente europeísta, Emmanuel Macron.

"Bardella não fala, não se revela. O nosso desafio é acabar com as suas hipocrisias", disse um responsável pela campanha do partido de Macron (Renascimento, liderado por Valérie Hayer), acrescentando que o partido quer mobilizar os que estão convencidos, em vez de tentar conquistar novos eleitores.

No entanto, vários analistas consideram que as questões sociais que afetam sobretudo a classe trabalhadora, como o poder de compra, a imigração e o sistema de saúde, favorecem o RN.

O Renascimento, com 17% das intenções de voto, prepara-se para "criar uma dinâmica" na campanha eleitoral, em que a candidata principal, Valérie Hayer, não tem tido destaque, com o apoio do chefe de Estado e do primeiro-ministro francês, Gabriel Attal.

"Temos de deixar de pensar na derrota" de 09 de junho, disse um ministro, acrescentando que o partido deve "começar a fazer campanha agora" para as eleições presidenciais de 2027.

Em terceiro lugar nas sondagens, com destaque nos media franceses, está a plataforma europeísta de esquerda de Raphaël Glucksmann, que junta o Partido Socialista e o Place Publique (14%), impulsionado por uma dinâmica de transferências de votos de outros partidos.

"Glucksmann está a prosperar com a fraqueza dos seus rivais", principalmente a nível de esquerda, mas "ainda não é certo" que possa aproximar-se da maioria presidencial, devido à incerteza de voto dos franceses, segundo o diretor-geral adjunto do Instituto Ipsos, Brice Teinturier.

Atrás destes três partidos, a esquerda radical da França Insubmissa (LFI) de Manon Aubry mantém-se estável com 07% das intenções de voto.

O LFI associou-se à defesa da causa palestiniana desde o início do conflito em Gaza em outubro passado e recentemente, viu serem proibidas duas conferências sobre o tema e alguns dirigentes do partido serem chamados pela polícia para prestar declarações numa investigação sobre "apologia do terrorismo".

Logo depois, sem grande destaque, a lista ecologista de Marie Toussaint regista 6,5%, juntamente com a lista de direita Os Republicanos. A Reconquista! tem 5,5% das intenções, o partido comunista 2,5%, o Novo Partido Anticapitalista 01% e a Luta Operária 0,5%.

Na quarta-feira, o RN realizou um encontro em Perpignan com a presença de Marine Le Pen, em que Jordan Bardella revelou os primeiros 35 nomes da sua lista, entre eles a 'número dois' Malika Sorel-Sutter, política de origem argelina conhecida pela sua posição anti-imigração.

Além disso, os dois líderes fizeram críticas ao funcionamento atual da União Europeia e alertaram os eleitores contra a abstenção e a dispersão de votos, que podem beneficiar Macron.

As eleições para o Parlamente Europeu ocorrem entre 06 e 09 de junho. Prevê-se que o escrutínio registe uma elevada taxa de abstenção face a anteriores eleições e um aumento de potenciais ingerências estrangeiras, para as quais a França está a reforçar a vigilância.

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