A Força Aérea dos Estados Unidos está a preparar novas acusações contra o lusodescendente Jack Teixeira, membro da Guarda Nacional Aérea do Massachusetts, acusado de divulgação indevida de informação classificada. 

A decisão surge cerca de dois meses após o jovem, de 22 anos, ter aceitado a pena de prisão de 16 anos por revelar segredos da defesa nacional norte-americana, declarando-se culpado de seis acusações de "retenção intencional e transmissão de informações classificadas". Em troca, os procuradores concordaram não o julgar por acusações adicionais nos termos da Lei de Espionagem.

Agora, segundo um porta-voz da Força Aérea, Teixeira será alvo de um processo penal militar por alegadas violações do Código Uniforme de Justiça Militar.

"Na sequência de uma estreita coordenação com o Departamento de Justiça, a Força Aérea determinou que deveriam ser apresentadas acusações separadas e distintas contra o A1C Jack Teixeira, por alegada má conduta relacionada com os seus deveres militares", disse o porta-voz em declarações à  estação norte-americana ABC News, acrescentando que as acusações incluem não obedecer a uma ordem legal e obstruir a justiça.

Na primeira acusação, a Força Aérea alega que Teixeira desobedeceu a uma ordem "para cessar e desistir de acessar informações não pertencentes às suas funções".

Já na segunda, acusa o lusodescendente de se ter desfeito de um iPad, de um disco rígido de computador e de um telemóvel "com a intenção de obstruir a devida administração da justiça no caso de si próprio, contra quem o arguido tinha razões para acreditar que havia ou haveria um processo criminal pendente".

A Força Aérea alegou ainda que Teixeira instruiu outro indivíduo a apagar mensagens do Discord que ele havia enviado "com a intenção de obstruir a devida administração da justiça no caso de si próprio", por volta de 7 de abril de 2023.

A audiência está marcada para 14 de maio na Base Aérea de Hanscom, em Massachusetts.

Sublinhe-se que as fugas de informação fizeram com que o Pentágono reforçasse os meios para salvaguardar as informações confidenciais e executasse medidas disciplinares aos membros que, intencionalmente, não tomaram as medidas necessárias em relação ao comportamento suspeito de Teixeira.

O lusodescendente admitiu ter recolhido ilegalmente segredos militares e tê-los partilhado com outros utilizadores no Discord, uma plataforma de redes sociais popular entre as pessoas que jogam jogos 'online'.

Teixeira, que fazia parte da 102.ª Ala de Informação da Base da Guarda Nacional Aérea de Otis, em Massachusetts, trabalhava como especialista em sistemas de transporte cibernético. Era um especialista em tecnologia de informação responsável pelas redes de comunicações militares.

A fuga de informação expôs ao mundo avaliações secretas sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, as capacidades e os interesses geopolíticos de outras nações e outras questões de segurança nacional.

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