Ho Yu-wang, na altura com 17 anos, foi o mentor de uma conspiração que pretendia fabricar explosivos e atingir edifícios de tribunais em 2021, de acordo com o Ministério Público (MP) da região administrativa especial chinesa.
A conspiração, que na altura envolvia sobretudo estudantes do ensino secundário, foi frustrada devido a uma investigação policial, não tendo sido fabricadas bombas nem havido vítimas, tinha já admitido o MP.
A polícia de Hong Kong disse que, após uma rusga num quarto de uma pensão, em 2021, apreendeu equipamento que podia ser usado para fabricar explosivos.
A acusação alegou também que o jovem tinha escrito notas a explicar que o objetivo era desestabilizar Hong Kong, promover conflitos com o Governo Central chinês e criar um grupo de resistência.
O juiz Alex Lee afirmou que, se a conspiração tivesse sido levada a cabo, teria agravado a situação social em Hong Kong e que Ho tinha ignorado o Estado de direito e os riscos para os "colegas gangsters".
Ainda assim, o juiz aplicou uma pena menor do que a de 10 anos pedida pelo MP, sublinhando que Ho se apresentou atempadamente à polícia e colaborou posteriormente com a investigação.
A defesa disse em tribunal que o jovem estava atualmente aliviado por ter sido detido, porque isso impediu que o plano fosse concretizado, tinha mudado e retomado os estudos, nomeadamente de história da China.
Em maio, Ho tinha-se declarado culpado de conspiração para organizar, planear ou cometer atividades terroristas ao abrigo da lei de segurança imposta por Pequim à antiga colónia britânica em 2020, na sequência dos protestos antigovernamentais de 2019.
Dois outros arguidos no mesmo caso, Kwok Man-hei, de 21 anos, e Cheung Ho-yeung, de 23 anos, foram condenados a dois anos e meio e a seis anos de prisão, respetivamente.
Os dois declararam-se culpados de conspiração para provocar explosões suscetíveis de pôr em perigo vidas e bens, uma alternativa à acusação de terrorismo que é abrangida por uma outra lei.
Em maio, quatro pessoas implicadas nesta conspiração já tinham sido condenadas a penas de prisão ou a períodos em centros de formação orientados para a reabilitação, depois de se terem declarado culpados.
Em 2019, Hong Kong foi palco de grandes protestos antigovernamentais, desencadeados por uma lei que previa a extradição de suspeitos de crimes para a China, mas as reivindicações evoluíram para a exigência de mais liberdades e autonomia em relação a Pequim.
Em resposta, Pequim impôs uma Lei de Segurança Nacional que pune a secessão, a subversão, o terrorismo e a conivência com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.
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