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Espanhol condenado por agredir duas 'ex' muda de sexo e pede clemência
Antonio manteve um relacionamento com Victoria entre o verão de 2017 e dezembro de 2018. Nos últimos meses, paralelamente, começou a sair com Patricia. Victoria viveu “um ano e meio de abusos”.
© iStock
Mundo Espanha
Patricia e Victoria partilham uma dura história com o mesmo homem. Antonio era namorado das duas - por vezes, ao mesmo tempo - e foram ambas vítimas de violência doméstica.
Ambas denunciaram os maus-tratos e o homem foi condenado por dois tribunais criminais em Sevilha, Espanha.
O Tribunal Provincial confirmou o segundo, que impôs 40 meses de prisão, mas o homem conseguiu adiar a situação. Como? Mudando de sexo e pedindo clemência.
Segundo o Sevilha ABC, em julho passado compareceu no registo civil para proceder à alteração do registo de sexo, alegando que agora se sente mulher. Foi renomeado como Milão. Mais tarde, pediu perdão total ao governo espanhol porque agora "é uma nova pessoa".
Esta ação da pessoa condenada por abuso está contemplada na Lei para a igualdade real e efetiva das pessoas trans e para a garantia dos direitos das pessoas LGTBI, conhecida como 'Lei Trans', promovida pelo Governo de Pedro Sánchez e seus parceiros do Podemos. Esta norma estabelece no artigo 43 que qualquer pessoa maior de 16 anos de nacionalidade espanhola poderá solicitar a mudança de sexo no Registo Civil sem que seja necessário apresentar relatórios médicos ou psicológicos ou passar por processo médico de mudança de sexo.
Segundo o mesmo meio, as duas vítimas sentem-se “desprotegidas e indefesas” face a uma lei que permite esta situação.
Antonio manteve um relacionamento com Victoria do verão de 2017 a dezembro de 2018. Nos últimos meses, paralelamente, começou a sair com Patricia. Victoria viveu “um ano e meio de abusos”. Elas sabiam da existência uma da outra e, a certo ponto, encontraram-se e tornaram-se amigas.
"Ela salvou-me e eu a salvei-a a ela", diz Patrícia. Têm a mesma advogada e denunciaram o ex-namorado por maus tratos, injúrias, coação, humilhação, entre outros.
Em ambos os casos o abuso foi físico, psicológico e verbal. O homem controlava roupas, amigos, tendo até partido carros ou telemóveis.
As ameaças persistiram inclusive após as denúncias.
Leia Também: Detido por exercer violência sobre mulheres com quem vivia na Figueira
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