O presidente da Ucrânia, Volodmyr Zelensky, pediu, esta segunda-feira, a instituições e cidadãos de todo o mundo que apaguem as luzes na próxima quarta-feira, como um gesto de solidariedade com o país em guerra desde fevereiro.
A campanha, batizada de #LightUpUkraine, pede que as pessoas desliguem as luzes em apoio à Ucrânia, atingida por apagões causados por ataques russos.
Com a proximidade do Natal, prevê-se que monumentos de todo o mundo, como o Rockefeller Center, em Nova York, a Trafalgar Square, em Londres, ou a Prefeitura de Paris, se juntem à iniciativa prevista para as 20h00 na Ucrânia (18h00 em Lisboa) de quarta-feira, segundo um comunicado divulgado pelo governo ucraniano, citado pela agência EFE.
Num apelo à solidariedade, Zelensky destacou que, quando os apagões deixam os ucranianos na escuridão durante horas, significa que o inimigo não quer apenas tirar a luz, mas "tudo o que faz parte da sua vida". "É assim que vivemos agora na Ucrânia, defendendo-nos de um inimigo que veio para nos destruir", acrescentou.
"Precisamos do vosso apoio", pediu Zelensky, lembrando que "todos os médicos estão a ser forçados a trabalhar no escuro e todos os pais e mães fazem o possível para dar às suas famílias o que precisam, mesmo no escuro". "Todos os ucranianos acreditam na liberdade, apesar da escuridão", enfatizou o líder ucraniano.
A campanha também pretende arrecadar pelo menos 10 milhões de dólares (mais de 9 milhões de euros), com o objetivo de financiar a compra de mil geradores elétricos para permitir o funcionamento dos hospitais ucranianos.
A Rússia bombardeou novamente, na passada sexta-feira, as infraestruturas de energia da Ucrânia e provocou novos cortes de energia elétrica no país, assim como a interrupção do abastecimento de água na capital.
O parlamento em Kyiv ficou mesmo sem aquecimento e sem luz na sequência dos bombardeamentos. Segundo a empresa de energia ucraniana DTEK, seriam implementados apagões programados para gerir o esforço na estrutura elétrica da capital.
O presidente da Ucrânia disse, um dia depois, que o fornecimento de energia já tinha sido restaurado, numa ação que abrangia mais de seis milhões de ucranianos.
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