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Testemunha acusa Diendéré, um dos principais arguidos no processo Sankara

O julgamento dos alegados assassinos do ex-Presidente do Burkina Fasso Thomas Sankara prosseguiu hoje em Ouagadougou, com uma testemunha a garantir que o general Gilbert Diendéré, um dos principais réus, planeou a ação do comando responsável pelo assassínio.

Testemunha acusa Diendéré, um dos principais arguidos no processo Sankara
Notícias ao Minuto

21:30 - 09/12/21 por Lusa

Mundo Burkina Fasso

Processado por "ataque à segurança do Estado", "RBF em assassínios", "ocultação de cadáveres" e "adulteração de testemunhas", Gilbert Diendéré declarou-se inocente em outubro.

Na sessão de hoje, um antigo adjunto Diendéré, Abdrahamane Zetiyenga, acusou-o de ter desempenhado um papel fundamental no assassínio de Thomas Sankara e doze dos camaradas deste em 15 de outubro de 1987.

Naquela época, vivia-se uma grande tensão entre Thomas Sankara e o seu braço direito, Blaise Compaoré.

Segundo Zetiyenga, Gilbert Diendéré recebeu uma nota informativa segundo a qual Thomas Sankara teria decidido deter Blaise Compaoré.

Diendéré teria então decidido antecipar-se e deter antes Sankara.

"Com as informações que dispunha e para evitar o pior", o general Diendéré decidiu "deter o Presidente Sankara e mantê-lo em prisão domiciliar", explicou a testemunha, que garante ter participado numa reunião para tratar dessa questão com os acusados.

Outras testemunhas acusaram o general Diendéré durante este julgamento, acusando-o de ter sido o supervisor direto do assassínio.

Chamado a pronunciar-se, Diendéré enfaticamente a acusação, e explicou, designadamente, nunca ter recebido a nota informativa referida.

O seu advogado, Olivier Yelcouni, por sua vez, manifestou dúvidas sobre o "testemunho questionável" de Zeytenga: "A sua atitude, os seus recuos, levam a questionar as suas declarações".

Além de Diendéré, Blaise Compaoré é suspeito de ser o principal responsável pelo assassínio de Sankara, acusação que sempre negou.

Campaoré subiu ao poder em resultado de um golpe em 1987, antes de ser derrubado pelas manifestações populares de 2014. Atualmente, vive na Costa do Marfim e é o grande ausente do julgamento.

Mais 13 pessoas são arguidas neste processo.

O general Diendéré cumpre atualmente uma pena de 20 anos de prisão pela tentativa de golpe de Estado em 2015.

Iniciado no passado dia 11 de outubro, o julgamento deve continuar por mais algumas semanas.

Cerca de trinta testemunhas das 100 nomeadas pelas partes foram já ouvidas pelo tribunal militar.

Leia Também: Um dos acusados do assassinato de Thomas Sankara diz-se inocente

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