Moscovo acusa Kiev de planear "incidentes" em Donbass
A Rússia acusou hoje a Ucrânia de não cumprir os acordos de paz de Minsk sobre o leste do país e de preparar provocações na região do Donbass para receber "ajuda ocidental".
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Mundo acordos de paz
"[O Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelenski está disposto a provocar incidentes à espera de que (...) o Ocidente os ajude", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo moldavo, Nicu Popescu.
Lavrov insistiu que Kiev está "a torpedear" os acordos sobre o Donbass (a região da bacia do rio Don), apesar de se ter comprometido a cumpri-los.
"Dirigem-se a Berlim e a Paris com apelos para os protegerem, dirigem-se também à NATO para que envie tropas para defender uma Ucrânia democrática e livre e acordam com os britânicos criar bases navais e muito mais", acrescentou.
Segundo o chefe da diplomacia russa, para desviar a atenção das infrações cometidas, Kiev exagera artificialmente "a ameaça russa".
Entretanto, as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk são as únicas partes do conflito que continuam a cumprir os compromissos assumidos, assegurou Lavrov.
As declarações de Lavrov surgem depois de uma visita a Kiev do secretário da Defesa britânico, Ben Wallace, que se reuniu na véspera com o seu homólogo ucraniano, Alexei Reznikov.
Numa declaração conjunta, os ministros britânico e ucraniano expressaram preocupação com as atividades militares da Rússia perto da fronteira com a Ucrânia, onde, segundo Kiev e países ocidentais, se concentraram dezenas de milhares de militares russos.
"A soberania nacional e a integridade territorial da Ucrânia são indiscutíveis", acrescenta o documento.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, afirmou numa entrevista televisiva que os parceiros ocidentais do país estão dispostos a "tomar medidas para impedir futuras agressões da Rússia" à Ucrânia.
"É preciso levar a ameaça a sério, mas não permitir que cause pânico", disse o ministro ucraniano sobre a presença russa na fronteira da Ucrânia.
No entanto, Kuleba apelou aos países ocidentais para "não se limitarem a fazer declarações", mas a pressionarem também a Rússia com "sanções e apoio militar à Ucrânia".
Em 2015, os acordos de paz de Minsk foram assinados, sob a égide da Alemanha e de França, com o objetivo de acabar com o conflito no leste da Ucrânia, disputado desde 2014 entre as forças de Kiev e os separatistas pró-russos.
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