Partido de Netanyahu acusa ex-ministro Benny Gantz de "fugir da guerra"

O partido do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou hoje em comunicado o ex-ministro do Governo de emergência Benny Gantz de "fugir da guerra", num contexto de disputa entre os dois políticos da liderança da sociedade israelita.

benny gantz, ministro da Defesa de Israel

© Tal Shahar/Pool via REUTERS

Lusa
16/06/2024 23:44 ‧ 16/06/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Um homem que fugiu da guerra não vai dar lições de moral ao primeiro-ministro Netanyahu", escreveu o partido conservador Likud, em resposta às declarações do partido Unidade Nacional, liderado por Gantz, que classificou o líder israelita como "derrotista".

Os dois partidos passaram o dia numa troca de acusações que começou quando Netanyahu desmentiu o Exército e considerou "inaceitável" um anúncio em que as Forças Armadas se comprometiam a "cessar" parcialmente as suas atividades na cidade palestiniana de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para permitir a entrada de ajuda humanitária.

"Derrotismo: ter medo de deixar o Exército manobrar", declarou a Unidade Nacional sobre as ações do primeiro-ministro israelita, que hoje de manhã, na reunião do Governo, acusou Gantz de querer tomar "decisões derrotistas fracassadas" em relação à guerra.

"Gantz, que evitou tomar decisões difíceis, que cedeu a toda a pressão internacional, que aceitou a criação de um Estado palestiniano e que declarou, acima de tudo, que está disposto a pôr fim à guerra antes do regresso de todos os nossos reféns e do cumprimento de todos os nossos objetivos", acusou o Likud no seu comunicado sobre o ex-ministro.

Benny Gantz abandonou no passado domingo o Governo de emergência, criado na sequência do ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, a 07 de outubro de 2023, para gerir o curso da guerra, devido a divergências com Netanyahu, a quem pediu um plano para pós-guerra em Gaza.

A saída de Gantz foi meramente simbólica, uma vez que o Governo de coligação liderado por Netanyahu tem maioria no parlamento israelita (Knesset), pelo que não necessita do apoio da Unidade Nacional.

No entanto, a determinação do antigo general Gantz beneficiou-o na mais recente sondagem realizada pelo diário israelita Maariv sobre possíveis eleições antecipadas -- cuja realização cerca de 57% da população apoia -- e colocou-o à frente de Netanyahu, com 27 assentos parlamentares, contra os 20 que o Likud obteria.

A atual coligação no Governo também ficaria aquém da proposta de Gantz numas legislativas antecipadas, caindo para 52 mandatos parlamentares (dos 64 que atualmente detém), ao passo que o ex-ministro ganharia 58 mandatos se se aliasse à oposição.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- fez também 251 reféns, 120 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 254.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 37.337 mortos e 85.299 feridos, além de cerca de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após oito meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Hutis reivindicam ataque a contratorpedeiro dos EUA

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