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Diplomata dos EUA nos Balcãs Ocidentais descarta nova guerra na Bósnia

O representante dos Estados Unidos nos Balcãs Ocidentais descartou na segunda-feira a possibilidade de uma nova guerra na Bósnia, após um encontro com o líder político sérvio naquele país Milorad Dodik, acusado de ameaçar a paz.

Diplomata dos EUA nos Balcãs Ocidentais descarta nova guerra na Bósnia
Notícias ao Minuto

06:17 - 09/11/21 por Lusa

Mundo Bósnia

Dez anos depois do conflito intercomunitário, que causou 100 mil mortes entre 1992 e 1995, os sérvios bósnios (ortodoxos) foram forçados pela comunidade internacional a formar um exército comum com os bósnios (muçulmanos) e croatas (católicos).

No entanto, o membro sérvio da presidência tripartida da Bósnia, Milorad Dodik, tem ameaçado nos últimos meses abandonar as forças armadas conjuntas e formar um exército específico para a sua comunidade, noticia a agência AFP.

Milorad Dodik, conhecido pelas suas afirmações separatistas, anunciou ainda o recuo no acordo feito pelos sérvios para a formação de várias outras instituições centrais nos anos pós-guerra, como na área da justiça e da administração fiscal.

"O mais importante que ficou combinado com todos com quem reunimos hoje [segunda-feira] é que todos concordamos que não haverá guerra. Esta é a mensagem mais importante", assinalou Gabriel Escobar, em declarações aos jornalistas.

O representante especial dos norte-americanos nos Balcãs Ocidentais falava após o encontro com Milorad Dodik e os parceiros bósnios e croatas na presidência, Sefik Dzaferovic e Zeljko Komsic, respetivamente.

Gabriel Escobar, que há três dias acusou Dodik, numa entrevista, de ter provocado esta nova crise para "proteger o seu poder e dinheiro", salientou ainda na segunda-feira que o líder sérvio na Bósnia está pronto para fazer concessões.

"Milorad Dodik mostrou-se aberto à discussão sobre a retirada de todas as leis que enfraqueceriam as instituições centrais", referiu o diplomata norte-americano.

O alto representante internacional para a Bósnia-Herzegovina, Christian Schmidt, apontou, num relatório divulgado em 03 de novembro ao Conselho de Segurança da ONU, que aquele país dos Balcãs estava exposto "à maior ameaça existencial do período pós-guerra".

E acusou Milorad Dodik e os dirigentes da entidade sérvia da Bósnia, a Republika Srpska, de "porem em perigo (...) a paz e a estabilidade do país e da região", apelando ainda à comunidade internacional para que reaja.

A Guerra da Bósnia começou em 1991, quando os sérvios bósnios, com a ajuda do exército da antiga Jugoslávia, tentaram criar territórios étnicos puros, com o objetivo de se juntarem à vizinha Sérvia. Mais de 100.000 pessoas foram mortas e milhões ficaram sem abrigo durante o pior conflito na Europa após a Segunda Guerra Mundial.

A guerra pôs bósnios, que são na sua maioria muçulmanos, sérvios e croatas uns contra os outros e terminou com o acordo de paz patrocinado pelos EUA que criou duas regiões, a República Srpska e a Federação Bósnio-Croata.

As duas regiões têm ampla autonomia, mas mantiveram algumas instituições conjuntas, incluindo o exército, o principal poder judicial e a administração fiscal. A Bósnia tem também uma Presidência rotativa de três membros composta por membros bósnios, sérvios e croatas.

Leia Também: ONU renova mandato da missão europeia de segurança na Bósnia

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