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Egito liberta jornalistas após raide policial a agência oficial turca

As autoridades egípcias libertaram hoje quatro pessoas, incluindo dois jornalistas egípcios, presos pela polícia na quarta-feira durante uma rusga à delegação no Cairo da agência estatal turca Anadolu.

Egito liberta jornalistas após raide policial a agência oficial turca
Notícias ao Minuto

19:56 - 16/01/20 por Lusa

Mundo Cairo

A Anadolu indicou na quarta-feira que quatro dos seus trabalhadores, incluindo um cidadão turco, foram detidos no dia anterior pela polícia egípcia, que efetuou uma incursão das instalações da agência.

Os quatro homens foram libertados mediante uma caução individual de 630 dólares (565 euros), referiu um responsável judicial sob anonimato e citado pela agência noticiosa Associated Press (AP).

Mohamed Saad Abdel Hafiz, um dos dirigentes do Sindicato dos jornalistas egípcios, escreveu na rede social Facebook que os correspondentes da Anadolu no Egito, Hussein Qabbani e Hussein Abbas, foram libertados.

Previamente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio tinha rejeitado as declarações do seu homólogo turco e defendeu a ação das forças de segurança que detiveram na quarta-feira os quatro jornalistas.

Em comunicado, o porta-voz do Ministério, Ahmed Hafez, indicou que o seu país rejeitou a posição da Turquia em relação às "medidas legais tomadas pelas autoridades egípcias contra um comité eletrónico ilegal que trabalhava sob a cobertura de uma empresa fundada pelo grupo terrorista Irmandade Muçulmana".

A nota salientou que "todas as medidas tomadas pelas autoridades egípcias estão de acordo com as leis e normas" do país árabe.

Ahmed Hafez criticou ainda o comunicado emitido na quarta-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia, que denunciou a "ação violenta contra [a agência] Anadolu" e afirmou que é um sinal da "atitude negativa do Governo egípcio em relação à liberdade de imprensa".

O porta-voz egípcio respondeu dizendo que a Turquia é "um dos piores regimes pelas violações de liberdade de opinião, expressão e imprensa" no 'ranking' internacional.

No entanto, o Egito está abaixo da Turquia no índice de liberdade de imprensa da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras de 2019, ocupando o lugar 163.º em comparação com a Turquia, que está em 157.º entre 180 países.

As autoridades egípcias vincularam os colaboradores ao grupo islâmico Irmandade Muçulmana, considerado terrorista no Egito desde 2013, mas próximo do Governo de Ancara, a quem o Cairo acusa de dar apoio político e económico e refúgio a muitos dos seus membros.

As tensões entre Ancara e Cairo, que se degradaram desde o golpe de Estado de 2013 que derrubou o democraticamente eleito Presidente Mohamed Morsi na sequência de protestos, reacenderam nas últimas semanas devido à sua posição divergente relativamente à situação na Líbia.

Neste país devastado por um conflito civil, a Turquia apoia o Governo de Tripoli, reconhecido pela ONU, e o Egito apoia militarmente as forças rivais do marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste da Líbia. 

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