Reunião extraordinária da Agência de Energia Atómica realiza-se hoje
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) reúne-se hoje em Viena, a pedido dos Estados Unidos, para avaliar os últimos desenvolvimentos relativos ao acordo nuclear com o Irão.
© Reuters
Mundo Irão
A reunião extraordinária do conselho dos governadores da AIEA acontece dois dias depois dos inspetores desta agência da ONU terem confirmado que Teerão tinha começado a enriquecer urânio a um nível proibido pelo acordo nuclear alcançado em 2015 com as grandes potências internacionais.
"Os inspetores da agência verificaram a 08 de julho que o Irão enriqueceu urânio acima dos 3,67% [grau máximo de enriquecimento de urânio permitido pelo acordo]", indicou, na segunda-feira, um porta-voz da AIEA.
O comunicado da AIEA surgiu depois das autoridades de Teerão terem anunciado, igualmente na segunda-feira, que estavam a produzir urânio enriquecido em pelo menos 4,5%, em resposta ao restabelecimento das sanções por parte de Washington, que decidiu, em maio de 2018, abandonar unilateralmente o pacto internacional.
Em reação ao anúncio iraniano, as potências europeias signatárias do acordo nuclear manifestaram uma "profunda preocupação" e exigiram a Teerão que "aja em conformidade" com o pacto.
"O Irão afirmou que quer continuar no Plano de Ação Conjunto Global e, por isso, deve agir em conformidade revertendo essas atividades e respeitando os seus compromissos assim que possível", vincaram França, Reino Unido, Alemanha e a União Europeia numa nota conjunta divulgada na terça-feira.
Com o objetivo de diminuir a tensão em redor do acordo nuclear, Paris anunciou o envio esta semana de um conselheiro diplomático francês a Teerão para contactos com as autoridades locais.
Concluído em julho de 2015 em Viena, o acordo internacional (assinado então pelos Estados Unidos, Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia) determina que Teerão aceite limitações e maior vigilância internacional do seu programa nuclear em troca do levantamento das sanções internacionais.
Mas Washington retirou-se unilateralmente do pacto há cerca de um ano, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.
A troca de declarações inflamadas entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e as principais figuras do regime iraniano tem sido frequente nas últimas semanas.
A República Islâmica tinha anunciado, no início de maio, que iria começar gradualmente a quebrar os compromissos assumidos no acordo caso os outros signatários internacionais não alcançassem uma solução que permitisse contornar as sanções norte-americanas e as respetivas implicações na economia iraniana.
Teerão sempre insistiu que o seu programa nuclear tem fins pacíficos, negando qualquer tentativa de desenvolver armas nucleares.
Na segunda-feira, as autoridades iranianas indicaram que pretendem, e para satisfazer as "atividades (nucleares) pacíficas" do país, enriquecer urânio em cerca de 5%, longe dos 90% necessários para um uso militar.
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