Carta aberta pede plano de recuperação europeia e mobilização cívica
Uma carta aberta assinada por 36 personalidades propõe hoje um plano de recuperação europeia e apela à mobilização cívica, em prol da "paz, segurança e desenvolvimento", disse Guilherme de Oliveira Martins, um dos subscritores.
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O antigo ministro e atual administrador da Fundação Gulbenkian explicou à Lusa que o documento se justifica pelo "risco de paz".
A carta sublinha também o risco de "segurança" na Europa e apela à "mobilização dos cidadãos europeus em prol [...] do desenvolvimento", sustentando que "se não houver empenhamento e consciência cívica de todos", corre-se o risco de haver "instabilidade, incerteza e de a paz poder estar em causa".
"Essa é a razão pela qual um conjunto muito vasto de personalidades com responsabilidades significativas na vida europeia entendem dizer que é o momento de os cidadãos terem uma voz e assumirem as plenas responsabilidades", conclui.
A carta aberta define três prioridades: que o Conselho Europeu agendado para junho "se comprometa em relação a um plano de recuperação europeia", que seja criada "uma plataforma cívica -- civico.eu -- permanente, transnacional e multilingue" e que "antes do final do ano se realize um novo congresso de consciências europeias".
Os signatários do documento lembram que, na Europa, "os últimos resultados eleitorais continuam a mostrar um crescimento dos partidos populistas" e que "o respeito pelo Estado de direito e pelos valores fundamentais que estão no centro do projeto europeu, incluindo o pluralismo dos meios de comunicação e a liberdade de expressão, nunca pareceu tão ameaçado no seio da União".
"Há risco da paz, segurança e desenvolvimento. E uma vez que há esse risco é essencial que os cidadãos tenham voz", conclui Guilherme d'Oliveira Martins.
A carta aberta é assinada por 36 personalidades europeias ligadas à arte, política, ciência e economia, reunindo nomes como os dos antigos primeiros-ministros espanhol e francês, Felipe Gonzalez e Alain Juppé, o cineasta Wim Wenders, o secretário-geral da Conferência Europeia dos Sindicatos, Luca Visentini, e da antiga ministra e atual vice-presidente do Grupo Socialistas e Democratas do Parlamento Europeu, Maria de Lurdes Rodrigues.
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