"Portugal tem de deixar de ser o País da cunha"
O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins, defende, em entrevista publicada na edição desta terça-feira do Diário Económico que, embora Portugal não seja “um País de corruptos”, “tem de deixar de ser o País da cunha”. Chamar os melhores para as funções governativas é outra das ideias que defende: “Já os tivemos e precisamos de atraí-los”, frisa o responsável.
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Política Guilherme de Oliveira Martins
“Portugal tem de deixar de ser o País da cunha”. As palavras pertencem ao presidente do Tribunal de Contas, Guilherme de Oliveira Martins, que, em entrevista ao Diário Económico, alerta para o facto de a corrupção ser “um fenómeno muito, muito complexo. Começa num pequeno favor que a sociedade aceita. Acaba num crime”, assinala Oliveira Martins.
O responsável defende que a prática reiterada de pedir um favor alguém tem de ser contrariada, “primeiro, privilegiando que as decisões sejam colegiais”. Isto porque, prossegue, “se o fizermos reduzimos a margem para a cunha, porque a cunha é como se fosse o tal favor pessoal”.
Ainda neste domínio, o presidente do Tribunal de Contas sublinha que há que “simplificar as leis”. “Leis complicadas favorecem a corrupção”, diz, pese embora, em seu entender, Portugal não seja “um País de corruptos”.
“Acho que essa consideração parte do pressuposto de uma certa fatalidade e temos de recusar. Temos de prestigiar a vida política, temos de prestigiar a acção política e temos de atrair à vida política os melhores”, considera Oliveira Martins, e reforça: “Temos que os ter, já os tivemos e precisamos de atraí-los”.
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