Meteorologia

  • 17 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 12º MÁX 21º

Declaração de Machete "não é uma mera declaração infeliz"

No habitual comentário semanal na antena da TVI, o professor Marcelo Rebelo de Sousa reagiu às recentes declarações de Rui Machete, sustentando que não foi “uma mera declaração infeliz”, foi além é “do que qualquer ministro diria neste momento à distância de sete meses” do fim do programa de ajustamento. Quanto aos números do desemprego, o ex-líder do PSD considerou que “são uma boa notícia” e elogiou o secretário-geral do PS, António José Seguro, pelo “sentido de Estado” que mostrou ao garantir

Declaração de Machete "não é uma mera declaração infeliz"
Notícias ao Minuto

07:46 - 11/11/13 por Notícias Ao Minuto

Política Marcelo Rebelo de Sousa

O professor Marcelo Rebelo de Sousa comentou ontem (domingo) no ‘Jornal das 8’ da TVI as mais recentes declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, sobre a barreira dos juros a dez anos nos 4,5% para que Portugal não tenha que recorrer a um segundo resgate.

“[Rui Machete] não é ministro das Finanças, que aliás não arrisca nenhum número; não é ministro da Economia, que não arrisca nenhum número; não é o ministro com a coordenação económica, não é economista, (... ) porque é que foi dizer ‘nós escapamos ao regate se tivermos 4,5% ou menos?’. [Mas] ele é ministro dos Negócios Estrangeiros, os mercados olham para ele, os observadores internacionais olham para ele e dizem que ‘para o Governo, para o primeiro-ministro, o número mítico é 4,5%’. Se for acima, resgate, se for igual ou abaixo, não tem resgate”, contestou Marcelo.

Neste sentido, prosseguiu, a afirmação de Machete “não foi uma mera declaração infeliz” mas “uma declaração que diz mais do que qualquer ministro diria neste momento à distância de sete meses” do fim do programa de ajustamento, “quem é que pode dizer que a fronteira é uma?”.

Na antena da TVI, o professor destacou também as declarações do economista belga do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paul Grauwe, para quem “Portugal podia não ter sido o melhor da turma”, ao contrário do que fez, mas isso teria sido “melhor para a economia nacional”.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o economista do FMI referiu o que “a própria troika não pode confessar porque não pode admitir que um factor que não previu, a evolução da Europa negativa”, porque, acrescentou, “se a troika olhasse para trás teria de reconhecer que o preço e a influência da austeridade ultrapassou em termos de efeitos no crescimento da economia durante o ano de 2012 e o início de 2013 as suas expectativas”.

“Portanto o que agora é dito, e que outros disseram mais cedo, significa que a inversão para o crescimento é essencial sob pena de não se sair de um processo de pequeno crescimento que não dá o salto qualitativo que os portugueses esperam”, concluiu o professor.

Quanto aos números do desemprego, divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o comentador defendeu que “são bons, que são um bom sinal”, independentemente de resultarem “do turismo, final do Verão ou da emigração. Até pode ser, portanto, por razões pontuais, temporárias ou más, em todo o caso é uma notícia, no meio de tantas más”.

Marcelo deixou ainda na antena da TVI uma palavra para o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, referindo que “falar sobre o Tribunal Constitucional antes de uma decisão importante, não facilitou o clima de descrispação”, pedindo-lhe por isso que “deixe o TC agir livremente”, e para o secretário-geral do PS, sustentando que na entrevista que António José Seguro concedeu à estação de Queluz “mostrou sentido de Estado” ao se revelar “predisposto a sentar-me à mesa para falar sobre um programa cautelar e não fazendo depender disso a convocação de eleições. Foi o acontecimento da semana”, defendeu.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório