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Três anos de Geringonça? "Dificilmente poderia ser mais bem-sucedida”

Manuela Ferreira Leite, Bernardino Soares e Fernando Medina foram os convidados da antena da TVI24 para traçar um olhar sobre os três anos da ação do Governo.

Três anos de Geringonça? "Dificilmente poderia ser mais bem-sucedida”
Notícias ao Minuto

23:26 - 26/11/18 por Filipa Matias Pereira

Política Fernando Medina

Três anos de Geringonça. Três anos de um Governo desacreditado por PSD e CDS. Três anos em que quatro partidos à Esquerda - PS, PCP, Bloco de Esquerda e Verdes - deram as ‘mãos’ e tiraram à Direita o leme do país. Manuela Ferreira Leite, Bernardino Soares e Fernando Medina foram os convidados da antena da TVI24 para traçar um olhar sobre a ação do Governo de António Costa.

Depois de António Costa ter falado ao país sobre o percurso trilhado neste período, Manuela Ferreira aproveitou o ensejo para defender que o discurso do chefe de Governo “cheira muito a campanha eleitoral”. Na opinião da antiga ministra das Finanças, esta afirmação resulta do facto de ter “um elenco muito circunstanciado de coisas que correram bem e não se dizer por que motivos correu bem, sendo que nem todos são resultantes da ação do Governo”. E neste prisma Ferreira Leite referiu-se, entre outros aspetos, a uma “conjuntura externa particularmente favorável”. Para além disso, defendeu ainda, o primeiro-ministro teceu comparações com períodos anteriores “e o anterior não é comparável”.

Porém, Ferreira Leite deu ‘o braço a torcer’, concordando que “evidentemente o país está melhor do que estava há três anos. A grande surpresa foi o facto de esta solução política ter durado a legislatura”, já que, confessou, “na altura não acreditei muito”.

Já no entendimento de Bernardino Soares, “a solução que se encontrou [Geringonça] provou que era possível impedir a continuação do governo da Direita que tão mal tinha feito ao país nos anos anteriores”. E isso foi possível, defendeu, “muito por impulso do PCP”.

Outro dos aspetos realçados pelo presidente da Câmara Municipal de Loures diz respeito ao facto de se terem quebrado “certos mitos de inevitabilidade”, nomeadamente em relação ao aumento dos salários e, por exemplo, à melhoria das prestações sociais. A terceira questão, acrescentou, “é que quando se vota para a Assembleia de República é para decidir qual a correlação de forças políticas e não para escolher um primeiro-ministro, e tanto é que foi possível encontrar uma solução política que impediu a continuidade do governo de Direita”.

Ora, torna-se agora imperioso, na ótica do comunista, perceber se nas próximas eleições “deixamos o PS com rédea solta, sendo que sozinho tende a encostar à Direita, ou se se reforça o peso à Esquerda, nomeadamente no PCP, e se põe um travão a essa tendência”.

Já relativamente à aprovação das propostas de alteração ao OE em relação ao tempo de contagem da carreira dos professores e que obrigam o Governo a voltar à mesa das negociações, Bernardino Soares explicou que no “Orçamento do Estado de 2018 foi incluída uma norma e o Governo entendeu começar a dizer que não seria o tempo integral e queria contabilizar outro. Mas é preciso considerar outras situações na administração pública, como as parcerias público privadas e os juros da dívida”, atirou.

Fernando Medina destacou, por sua vez, deste ciclo político, “o facto de passados três anos já não ser tema de debate ou de conquista aspetos centrais como a dívida pública”. Ressalvou o autarca no debate que “chegaremos ao final da legislatura com um valor que não acreditaria se tivessem dito que ia acontecer”, referindo-se à diminuição de quase 10 pontos percentuais no valor da dívida.

Outra questão, recordou, prende-se com o “desemprego que não está nos lugares cimeiros de preocupação do país”. Para o autarca, são ainda exemplo da boa performance do Governo a redução das desigualdades, sobretudo do “importante do ponto de vista do sentimento de justiça” e o reforço da capacidade internacional do país “que já não tem cotação de lixo”. “É uma legislatura que dificilmente poderia ser mais bem-sucedida”.

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