Meteorologia

  • 17 MAIO 2024
Tempo
14º
MIN 12º MÁX 21º

Farmacêuticos: Especialização não pode depender da boa vontade hospitalar

A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos reiterou hoje a importância da criação de uma carreira para estes profissionais no Serviço Nacional de Saúde, advertindo que a sua especialização não pode depender apenas da boa vontade dos administradores hospitalares.

Farmacêuticos: Especialização não pode depender da boa vontade hospitalar
Notícias ao Minuto

16:10 - 28/03/17 por Lusa

País Bastonária

"A especialização dos farmacêuticos depende essencialmente do facto de haver por parte dos administradores hospitalares boa vontade, no sentido de criar espaços em hospitais, como o Instituto Português de Oncologia (IPO), para que jovens estagiários possam fazer o seu percurso profissional", disse Ana Paula Martins no final de uma visita às instalações farmacêuticas do IPO de Lisboa.

A bastonária deu o exemplo de colegas que estão a trabalhar em hospitais na região do Alentejo e que têm que se deslocar a hospitais como o IPO, o São Francisco Xavier, em Lisboa, para aprender com especialistas a fazer a preparação de citotóxicos e adquirirem competências.

"Isto [a especialização] não pode estar dependente daquilo que é a boa vontade das administrações, porque as próprias administrações também têm as suas dificuldades", vincou.

A visita da bastonária ao IPO foi acompanhada pelos representantes de todos os grupos parlamentares, para alertar os deputados para a importância do trabalho realizado pelos farmacêuticos nos serviços hospitalares, nomeadamente no IPO, e para a criação da carreira especializada.

"O Instituto Português de Oncologia de Lisboa tem serviços de excelência, como outros hospitais pelo país, mas também temos serviços farmacêuticos a enfrentar dificuldades muito grandes", sublinhou, alertando que se esta trajetória continuar pode colocar-se a questão da segurança.

Segundo Ana Paula Martins, esta questão hoje "não se coloca maioritariamente", porque os farmacêuticos que, por exemplo, trabalham no IPO "ainda tiveram a possibilidade de se tornar especialistas, de fazer estágios de carreira e construir um percurso".

"Nós hoje não temos maneira de garantir isto, porque como não temos carreira, não temos entradas em internato" e "não conseguimos garantir o futuro", frisou.

Como não há especialização, não se conseguem garantir as competências que precisam de ter para trabalhar em hospitais de todo o país e "não pode haver desigualdades entre serviços", disse Ana Paula Martins.

Para a bastonária, é preciso garantir que "um português em Vila Real de Trás-os-Montes possa ter o mesmo tipo de tratamento, a mesma segurança na utilização dos medicamentos que tem um português que viva em Lisboa".

"Nós temos que garantir que todos os serviços farmacêuticos hospitalares deste país tenham farmacêuticos especialistas, treinados e dentro de uma carreira farmacêutica no Serviço Nacional de Saúde", rematou.

A bastonária e os deputados foram acompanhados na visita pelo presidente do Conselho de Administração do IPO, Francisco Ramos, e pelo diretor técnico do Serviço Farmacêutico, Melo Gouveia, onde trabalham 20 farmacêuticos.

HN/CZN // HB

Noticias Ao Minuto/Lusa

Recomendados para si

;
Campo obrigatório