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Tribunais arbitrais são usados para "legitimar verdadeira corrupção"

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA) considerou esta terça-feira que "muitos dos tribunais arbitrais" são utilizados para "legitimar actos de verdadeira corrupção" em Portugal, com transferência de "recursos públicos para bolsos privados".

Tribunais arbitrais são usados para "legitimar verdadeira corrupção"
Notícias ao Minuto

17:13 - 09/04/13 por Lusa

País Marinho Pinto

Marinho Pinto, que falava aos jornalistas à saída da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, onde foi ouvido sobre a proposta de reorganização do sistema judiciário, acrescentou que a forma "como o Governo está a legislar" nesta matéria, criando a "arbitragem obrigatória", leva-o a ter "muitas suspeitas" sobre a conivência do poder político naquele tipo de justiça privada.

A audição parlamentar de Marinho Pinto foi marcada por momentos polémicos, designadamente quando o bastonário criticou o facto de as actas lavradas pelos juízes nos tribunais, acerca das diligências processuais, serem frequentemente "falsificadas", sem correspondência com o que efectivamente se passou entre as partes.

Nesse sentido, defendeu que tais actas deviam ser assinadas por todas as partes, incluindo advogados, por forma a garantir a fidedignidade das mesmas.

À saída, Marinho Pinto justificou aos jornalistas que não apresentou qualquer queixa sobre as alegadas falsificações das actas judiciais ao Ministério Público porque, apesar de as mesmas não corresponderem integralmente à realidade dos factos, não se consegue fazer prova dessa adulteração.

Quanto ao modelo de organização judiciária proposto pelo Ministério da Justiça, o bastonário classificou o novo mapa judiciário de "economicista" e "corporativista", mas reconheceu que o mesmo introduz uma "justiça mais especializada", o que é uma "vantagem" para a qualidade da justiça.

Contrapôs, contudo, que de nada serve uma justiça especializada se não houver proximidade entre os tribunais e os cidadãos, notando que em algumas situações previstas na proposta existem 150 quilómetros a separar uma localidade do tribunal competente.

Em termos de gestão dos tribunais, defendeu a participação dos advogados no conselho de gestão e propôs ao Parlamento que sejam gestores profissionais a gerir os tribunais (à semelhança do que acontece nos hospitais públicos) e não juízes, que receberam formação para julgar processos e não para gerir tribunais.

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