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Américo Tomatti garante não ter sido influenciado por Rui Pedro Soares

O arguido do processo Taguspark, Américo Tomatti, disse esta segunda-feira não ter sido "influenciado" por Rui Pedro Soares no âmbito das suas funções de presidente da comissão executiva do polo tecnológico de Oeiras.

Américo Tomatti garante não ter sido influenciado por Rui Pedro Soares
Notícias ao Minuto

14:48 - 18/02/13 por Lusa

País Taguspark

"Rui Pedro Soares nunca me influenciou, nem eu permitia ser influenciado por quem quer que fosse", garantiu Américo Tomatti na sessão da manhã do julgamento que decorre no tribunal de Oeiras.

Américo Tomatti, à data dos factos presidente da comissão executiva do Taguspark, João Carlos Silva, antigo administrador do pólo, e Rui Pedro Soares, ex-administrador não executivo do pólo tecnológico de Oeiras, estão acusados de corrupção passiva para ato ilícito.

Em causa estão alegadas contrapartidas que a Taguspark terá dado, por intermédio do ex-administrador Rui Pedro Soares, ao antigo futebolista Luís Figo, para este apoiar a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro nas legislativas de Setembro de 2009.

Américo Tomatti disse ao colectivo de juízes que o Taguspark pretendia levar a cabo um plano promocional do polo tecnológico e que Rui Pedro Soares apenas sugeriu os nomes (Luís Figo e José Mourinho).

O arguido adiantou que assumiu funções de administrador do Taguspark em 2007 e que o fez julgando que se tratava de uma empresa privada e não pública. O crime de corrupção passiva para ato ilícito apenas pode ser imputado a funcionários públicos ou equivalentes.

"Não havia ninguém com conhecimento que aquela empresa deveria obedecer a outras regras que não às do direito privado. É enorme o nosso espanto quando, após mediatização do processo, recebemos uma carta onde o Tribunal Constitucional nos pedia para apresentarmos as nossas declarações de rendimentos", disse.

Na sessão de hoje, o arguido João Carlos Silva disse aos juízes que os contratos publicitários com Luís Figo e com José Mourinho faziam parte de um plano de promoção do Taguspark, que tinha como objectivo aumentar o arrendamento de espaços a empresas.

O arguido adiantou que o polo tecnológico corria o risco de perder cerca de 1,5 milhões de euros de arrendamentos nesse ano e que o investimento nas duas figuras ligadas ao futebol - 250 mil euros por contrato por cada um dos três anos - correspondia apenas a 10 dias de receitas da empresa.

João Carlos Silva disse já não estar ligado ao PS desde 1999, altura em que cessou funções na comissão política, uma vez que foi nomeado presidente do conselho de administração da RTP.

Na sessão da tarde vai continuar a ser ouvido Américo Tomatti, seguindo-se os testemunhos de Paulo Penedos, arguido do processo Face Oculta, e do administrador da PT, Henrique Granadeiro.

O processo Taguspark foi investigado na sequência de uma certidão extraída do processo Face Oculta, também relacionado com crimes económicos.

O Ministério Público considera que os arguidos "sabiam ser administradores de uma sociedade de capitais maioritariamente públicos" e que, no exercício das suas funções, ao realizarem um contrato com Luís Figo, "determinaram-se por interesses estranhos à sociedade Taguspark", utilizando-a para beneficiarem terceiros.

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