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Programa de troca de seringas nas prisões sem adesão

A directora do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), Conceição Fernandes, revelou esta terça-feira que o programa de troca de seringas, instituído no segundo semestre de 2001, não teve nem tem actualmente a adesão de reclusos.

Programa de troca de seringas nas prisões sem adesão
Notícias ao Minuto

21:24 - 29/01/13 por Lusa

País Toxicodependência

Em resposta a uma pergunta da deputada Elza Pais, coordenadora do Grupo Parlamentar Álcool e Toxicodependência, que visitou hoje o EPL, Conceição Fernandes disse que "os hábitos dos reclusos alteraram-se" e que, embora o estabelecimento tenha sido escolhido como experiência-piloto durante um ano, "não existiu uma única troca de seringas".

"O consumo em reclusão mudou muito. Neste momento, quando acontece algo que é injectável, não é associado a heroína e cocaína, mas, quando acontece, é relacionado com anabolizantes que os reclusos administram por causa do trabalho de ginásio", disse.

O chefe do Corpo de Guardas Prisionais do EPL, José Teodoro, reforçou que, no presente, "é muito raro encontrar um indivíduo" na comunidade de reclusos "que tenha consumos por via injectável", explicando que "os hábitos alteraram-se com o risco de contágio do HIV".

O Grupo Parlamentar Álcool e Toxicodependência visitou a ala G do EPL, em que, há mais de 20 anos, é aplicado um programa terapêutico de reabilitação de toxicodependentes.

"É uma ala livre de drogas e há 20 anos que a filosofia central se mantém. Há aqui um conjunto de regras que os reclusos têm de cumprir, mas há também apoios terapêuticos que lhes são dados, para conseguirem enveredar por um tratamento e por uma reabilitação", afirmou à agência Lusa Elza Pais.

A deputada socialista assinalou que "é positivo um estabelecimento prisional ter mantido um programa que garante apoio a toxicodependentes que queiram libertar-se das drogas" e notou que "é muito bom se poder manter uma comunidade livre de drogas num estabelecimento como este", o maior do país.

O número actual de reclusos em reabilitação é de 30, condenados por crimes contra o património, em muitos dos casos relacionados com a necessidade de realizar dinheiro para comprar droga.

Com uma lotação de 886 reclusos, a EPL tem um total de 1.300 presos, 57,7 por cento dos quais a cumprirem pena por condenação, e os restantes em prisão preventiva. Do universo dos reclusos, 38 por cento são estrangeiros, a grande maioria constituída por correios de droga, detidos em trânsito em Lisboa.

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