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Escolas com trancas à porta deixam aldeias "ligadas à máquina"

O encerramento de mais 311 escolas vai obrigar, este ano letivo, a que centenas de alunos sejam obrigados a mudar de escola, implicando que acordem mais cedo e estejam mais longe de casa. Associações lamentam a fraca intervenção das autarquias para impedir o encerramento dos estabelecimentos de ensino e temem que este seja mais um passo para a desertificação do interior.

Escolas com trancas à porta deixam aldeias "ligadas à máquina"
Notícias ao Minuto

07:59 - 04/09/14 por Notícias Ao Minuto

País Reorganização

Só este ano, vão encerrar mais 311 escolas, que se juntam às 4.867 em que já foram colocadas trancas à porta nos últimos 12 anos.

Pais, alunos e associações sentem-se revoltados, considerando que o fecho das escolas no interior do país, “deixa aldeias ligadas à máquina”.

A Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) estão ainda a avaliar o impacto da medida do Governo, que pretende fechar todas as escolas do 1.º ciclo com menos de 21 alunos, por forma a melhorar as condições de educação e sociabilização para os mais novos, conta o Jornal de Notícias.

Os irmãos Rodrigo e Lígia, da escola de Valadares, em São Pedro do Sul, são apenas um dos muitos exemplos de alunos que vêm a escola onde deram os seus primeiros passos a encerrar. Defendem que a escola tem condições, e embora não receiem ir para uma nova escola com alunos mais velhos, lamentam que esta mudança os obrigue a ter que levantar mais cedo, já que o percurso passa a ser bem maior do que o costume.

O mesmo acontece em Vila Real, com Joel Alves, que terá que mudar-se para a escola que é conhecida pela enorme rivalidade com a sua antiga escola.

Existem alguns casos em que os estabelecimentos de ensino ainda estão à espera de uma resposta à providência cautelar interposta pelas autarquias.

De qualquer forma, as associações lamentam que os municípios não tenham feito mais para evitar esta situação e lembram que “uma escola de 20 alunos pode não ser a mesma coisa numa região e noutra”, sendo que o estar mais longe da família pode ser mais grave do que o facto de haver poucos alunos.

Das 311 escolas que vão encerrar, 57 localizam-se no distrito de Viseu. O ministro da Educação, Nuno Crato, garante que o processo de reorganização é para continuar.

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