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Pessoas com deficiência sentem dificuldades na fruição de Cultura

A maioria das pessoas com deficiência, neurodivergência e surdas que participa em atividades culturais em Portugal sente dificuldades na fruição desses eventos, por falta de informação ou de condições de acessibilidade, segundo um estudo divulgado hoje pela Access Lab.

Pessoas com deficiência sentem dificuldades na fruição de Cultura
Notícias ao Minuto

17:22 - 09/05/24 por Lusa

País Deficiência

As conclusões figuram num estudo desenvolvido pelo Obi.media - Observatório de Inovação nos Media, da Universidade Nova de Lisboa, para a empresa Access Lab, com base num inquérito a 237 pessoas, sobre a fruição de práticas culturais pelas pessoas com deficiência, neurodivergência e surdas.

O estudo revela que metade dos inquiridos (53%) participou entre dois a cinco eventos culturais no último ano e que mais de 80% das pessoas foram a um festival ou a um concerto e 51% foram ao cinema.

Quando foram a um evento cultural -- como um concerto, uma peça de teatro, uma ida ao cinema -, 63% dos inquiridos sentiram dificuldades, nomeadamente sobre a aquisição de bilhetes, na localização de lugares para pessoas com deficiência ou sobre instalações sanitárias.

Apesar das dificuldades, no total das respostas obtidas, 47% das pessoas inquiridas disseram que a experiência cultural foi boa e 31% disse que foi mediana. Para 9% dos inquiridos foi excelente, para 8% foi medíocre e para 5% foi uma má experiência.

Sobre as 237 pessoas que participaram no estudo, 66% têm uma deficiência motora, 16% têm uma deficiência visual, 10% são surdos e 15% relataram ter neurodivergência ou uma deficiência intelectual.

Ainda sobre o perfil dos inquiridos, a idade média é de 40 anos, a maioria (68%) é solteira, mas apenas 14% vive sozinha. Quarenta e um por cento das pessoas solteiras vivem com os pais.

"Tendo em conta que a idade média dos inquiridos é 40 anos, podemos sugerir que as pessoas com deficiência enfrentam vários desafios ao nível da autonomia e independência e que o assistente pessoal ainda é uma figura residual", refere o estudo.

Perante os dados compilados, a Access Lab e o Obi.media - Observatório de Inovação nos Media recomendam, por exemplo, mais investimento na formação dos profissionais da cultura e melhorias na "comunicação para a inclusão", porque há "um padrão de falta de conhecimento em relação aos públicos com deficiência e Surdos, bem como às suas necessidades".

Para a Access Lab, não basta existir programação cultural acessível para aqueles públicos. "Tem de ser adequada ao espaço, contexto e necessidades dos públicos" para os quais se programa, sendo recomendada a criação de estudos-piloto ou a existência de "um assessor que represente estes públicos".

O estudo foi divulgado pela Access Lab, uma empresa que tem trabalhado o acesso de pessoas com deficiência e Surdas à cultura e ao entretenimento, por considerar que é um "direito humano fundamental".

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