Populares voltaram a manifestar-se contra fecho de centros de saúde
Uma centena de pessoas voltou hoje a manifestar-se em frente ao Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra (ACES), em Massamá, contra a transferência dos cuidados médicos de Dona Maria, Sabugo e Almargem do Bispo para Negrais.
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País Sintra
Moradores de Dona Maria e do Sabugo concentraram-se de manhã em frente às instalações da Junta de Freguesia em Almargem do Bispo e deslocaram-se, em dois autocarros e viaturas particulares, para o ACES de Massamá.
"Foi mais uma manifestação da população, em que a Junta esteve ao seu lado, no sentido de obter dos dirigentes da Saúde uma posição sobre esta matéria", disse à agência Lusa o presidente da União das Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, Rui Maximiano (PS).
Uma delegação dos moradores, da Junta e da Câmara de Sintra reuniu-se com responsáveis do ACES, enquanto os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o encerramento dos centros de saúde em Dona Maria, Sabugo e Almargem do Bispo.
"Infelizmente, os pedidos das populações ficaram mais uma vez sem resposta", disse Rui Maximiano, acrescentando que a autarquia "pretende saber se esta situação é temporária e quando é que há meios para resolver o problema".
O vereador da CDU na Câmara de Sintra, Pedro Ventura, manifestou apoio ao "sentimento das populações que estão contra o encerramento dos serviços de saúde" e que "irão continuar esta justa reivindicação até serem repostos" cuidados médicos de proximidade.
O autarca notou que a falta de meios na área da saúde primária afeta todo o concelho, onde existem "100 mil utentes sem médico de família" e alertou que "todos os concursos para a colocação de médicos em Sintra ficaram vazios, porque não têm condições de trabalho".
"Não vamos desistir", disse Vera Duarte, do movimento de protesto contra o fecho do centro de saúde de Dona Maria.
A moradora esclareceu que, para já, ficou adiado um protesto junto à Câmara de Sintra, mas que está prevista para breve uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
A população de Dona Maria tentou boicotar, a 25 de maio, as eleições para o Parlamento Europeu, atrasando uma hora a abertura das urnas e, a 06 de junho, os moradores cortaram a estrada municipal 544, que liga a aldeia a Almargem do Bispo.
Na segunda-feira, dia em que fechou o posto médico, deslocaram-se a Massamá para protestar em frente ao ACES e na terça-feira muitas pessoas percorreram mais de dez quilómetros numa "caminhada pela saúde", desde Dona Maria, Sabugo e Almargem do Bispo, para expressarem "indignação" pela transferência dos serviços de saúde para Negrais.
O diretor do ACES, Vítor Cardoso, disse à agência Lusa que não foram encerradas unidades, "mas apenas concentração de serviços de saúde na freguesia de Almargem do Bispo, cujo fundamento é dar uma melhor resposta na qualidade de cuidados assistenciais e trabalho em equipa".
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