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IILP é "fundamental" para afirmação do português no mundo

A diretora do escritório em Lisboa da Organização de Estados Ibero-americanos defendeu hoje que o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) "é fundamental" para afirmação do português no mundo, razão pela qual tem de se lhe "dar mais força".

IILP é "fundamental" para afirmação do português no mundo
Notícias ao Minuto

21:07 - 08/04/22 por Lusa

País Português

"O IILP é um centro estratégico para as políticas linguísticas comuns, e através disso promove a língua", e a sua afirmação global, afirmou Ana Paula Laborinho, em declarações à Lusa por telefone, um dia após a sua intervenção na quinta sessão do Fórum Permanente - Debates da Lusofonia.

A iniciativa, subordinada ao tema "A Língua Portuguesa, a Lusofonia e o Bicentenário do Brasil", decorreu de modo presencial na sede da UCCLA -- União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, em Lisboa e 'online'.

Na sua intervenção, a responsável considerou que o português ainda é olhado como "a língua dos países pobres" ou em desenvolvimento.

Por isso, considerou que é necessário investir no desenvolvimento destes países, assim como nas políticas linguísticas comuns entre os países de língua oficial portuguesa para a afirmação do português como língua global.

"É preciso reforçar a ideia de que, independentemente das políticas linguísticas de cada um dos países, há eixos comuns", frisou.

"Muitos destes países que têm o português como língua oficial, o português não é a sua língua materna. (...) Por isso a produção de materiais, o apoio aos países, sobretudo os mais frágeis, em produção de materiais didáticos com esta perspetiva é um salto muito importante", afirmou a responsável, sublinhando que "o IILP tem estado a dar esse salto".

Segundo Ana Paula Laborinho, "há um conjunto de projetos de investigação que têm estado a ser apoiados, nomeadamente por Portugal", sublinhado também "a importância de um outro projeto, neste caso com o apoio do Brasil, que é o das terminologias científicas".

"Nós não conseguiremos ter uma ciência, também produzida em português, e também não conseguiremos crescer como língua se não tivermos um descritivo das várias terminologias científicas e uma equiparação entre elas", acrescentou.

"O que o IILP significa - e é assim que tem de ser entendido pelos países - é como uma entidade única, em que há a possibilidade de debater políticas linguísticas conjuntas" entre os vários países que falam o português, explicou. Assim, "têm uma plataforma e em que alguns desses debates e alguma concretização de projetos é feita, a partir do IILP".

Porém, salientou que o IILP "não tem tido uma capacidade de divulgação daquilo que faz" e precisa "de mais quadros".

Na opinião de Ana Paula Vitorino "poderiam até ser os próprios países a disponibilizá-los", porque se cada um cedesse um técnico, se calhar o IILP "já teria melhores condições".

Portanto, há, no seu entender, "várias formas de reforçar o IILP", mas isso terá de ser feito, pois há "objetivos comuns, que advêm da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] e que têm de ser reforçados".

Para a diretora do escritório da Organização de Estados Ibero-americanos em Portugal houve tempos em que se falava que o português tinha milhões de falantes, mas agora "estamos noutro tempo" : "Estamos no tempo de pensar o que são as línguas globais, como se mantém como língua global".

E isso passa por outro tipo de indicadores que têm de ser reforçados. "Passa pela importância do número de falantes, mas passa também, por exemplo, pelos recursos naturais de que dispomos, (...) pelo lugar desta língua na ciência e tecnologia e pelo desenvolvimento dos povos que falam português", considerou.

"Tem havido muita discussão sobre as contribuições para o IILP, mas eu acho é que cada vez mais o IILP tem que ser um organismo que tenha sobretudo a capacidade de lançar projetos, de desenvolver projetos e nesse sentido a sua própria estrutura tem que ter essa capacidade", salientou.

A abertura do fórum contou com as intervenções de Vítor Ramalho, secretário-geral da UCCLA e de Isabel Leitão, autora e mentora da Gala Prémios da Lusofonia.

O primeiro painel contou com a participação de Edmilson Caminha, professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, e Lauro Moreira, embaixador do Brasil e presidente do Observatório da Língua Portuguesa.

Já o segundo painel contou com a intervenção de Gonçalo Mello Mourão, um dos coordenadores brasileiros das comemorações dos 200 anos da independência do Brasil, que considerou ser esta celebração também o bicentenário da Lusofonia.

"Porque a Lusofonia nasceu com a independência do Brasil", afirmou, ou seja, nasceu "quando os brasileiros começaram a expressar um sentimento nacional em português".

Depois, com todas as outras independências expandiu-se e cresceu.

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