Associação de oficiais demarca-se de protesto simbólico de terça-feira
A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) demarcou-se hoje do protesto simbólico, na terça-feira, de um grupo denominado Militares Unidos, contra a falta de condições na instituição, mas admitiu compreender os motivos da iniciativa.
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País Forças Armadas
Num apelo não assinado, divulgado em 17 de janeiro, contra a falta de aumentos ou promoções e de condições de segurança, este grupo pede que militares, sejam praças, sargentos ou oficiais, mostrem o "descontentamento".
E apelam a que não compareçam nos refeitórios à hora de almoço ou fiquem na unidade até ao arriar da bandeira nacional, na terça-feira, véspera da apresentação do Orçamento do Estado de 2020 (OE2020) no parlamento, pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.
Hoje, em comunicado, a AOFA afirma que "este tipo de iniciativas anónimas" não se enquadra na "forma de estar e de agir" da associação e dos seus dirigentes que "se apresentam, sempre, de cara destapada" não se escusa "a assumir as responsabilidades e consequências inerentes aos seus atos".
Estes protestos, reconhece, "resultam exclusivamente do posicionamento e políticas profundamente erradas deste governo, bem como dos que o antecederam, de incumprimento reiterado das leis vigentes, de recusa reiterada ao diálogo e à negociação com as associações socioprofissionais militares" sem resolver os "múltiplos e crescentemente graves problemas com que se debate a instituição militar".
A associação dos oficiais garantiu ainda que o "protesto não tem, naturalmente, origem na AOFA", mas critica as opções do atual e anteriores executivos que levaram ao "estado inegavelmente insustentável em que se encontram as Forças Armadas portuguesas e o (de há muito) indisfarçável mal-estar que grassa entre a generalidade dos militares".
O governo, alertou ainda, será "o único responsável por atos que, de forma mais ou menos descontrolada, venham, porventura, a verificar-se num futuro mais ou menos próximo".
No comunicado do grupo Militares Unidos sugeriram-se várias formas de protesto: "Faltando ao almoço, ficando na unidade a assistir ao arrear da bandeira, manifestando por qualquer meio aos teus camaradas e chefes que estás pronto para manifestar o teu descontentamento e a lutar efetivamente pelos teus direitos."
E questionam ainda, em forma de perguntas, se "é destilando ódio e queixas no Facebook", ou "resmungando" que os militares pensam que vão resolver os seus problemas.
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