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“Única forma de major Vasco Brazão sair com dignidade é contar a verdade”

A seu pedido, o major Vasco Brazão foi ouvido, esta terça-feira, pela segunda vez no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

“Única forma de major Vasco Brazão sair com dignidade é contar a verdade”
Notícias ao Minuto

18:19 - 16/10/18 por Melissa Lopes

País DCIAP

O advogado do major Vasco Brazão, o antigo porta-voz da Polícia Judiciária (PJ) Militar implicado no caso da recuperação das armas roubadas de Tancos, revelou que, ao fim de sete horas a ser ouvido no DCIAP, resultou “o aprofundamento” daquilo que já havia sido dito no primeiro interrogatório.

Considerando ter sido uma "sessão de trabalho bastante produtiva”, Ricardo Sá Fernandes sublinhou que a única estratégia de defesa num caso destes é contar “toda a verdade”.

É a única forma de o major Vasco Brazão sair deste processo alguma dignidade depois do erro que cometeu é o de colaborar com a Justiça”, acentuou.

Ricardo Sá Fernandes elogiou ainda o general Martins Pereira, ex-chefe do gabinete do então ministro da Defesa, por ter “honrado a verdade”, correspondendo o memorando por si entregue à justiça ao que o major Vasco Brazão entregou no primeiro interrogatório. "Só há um memorando", reforçou o advogado sem, no entanto, se pronunciar sobre o conteúdo do documento. 

"Só há um memorando, isso honra o general Martins Pereira. Ainda há pessoas honradas. Num país em que toda a gente facilita, mente, falseia, deturpa, a circunstância de haver um general que honra a verdade, quando se calhar seria mais fácil não o ter feito, é motivo de satisfação", disse, em declarações aos jornalistas. 

Sublinhando que o processo está em segredo de justiça, Sá Fernandes pôde confirmar, porém, que "o que foi dito esta terça-feira confirma aquilo que foi dito no primeiro interrogatório" e que, relativamente ao envolvimento de Azeredo Lopes no caso, não seria "anormal" que o DCIAP quisesse ouvir o antigo ministro. 

Em 25 de setembro, recorde-se, a Polícia Judiciária deteve o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil, e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé. O major Vasco Brazão, que se encontrava em missão na República Centro Africana, ficou em prisão domiciliária depois do primeiro interrogatório judicial.

Segundo o Ministério Público, em causa estão “factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.

O furto de material militar dos paióis de Tancos - instalação entretanto desativada - foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

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