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ONG pede à comunidade internacional que condene eleições no Zimbabué

A organização não-governamental Freedom House apelou hoje à comunidade internacional, em particular à Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), para que condenem as eleições do Zimbabué, que a instituição considera "profundamente viciadas".

ONG pede à comunidade internacional que condene eleições no Zimbabué
Notícias ao Minuto

11:33 - 06/08/13 por Lusa

Mundo Freedom House

"Estas eleições foram minadas pela manipulação do recenseamento eleitoral e por uma vasta intimidação pelo partido no poder, ZANU-PF, pelo que não foram livres nem justas", escreve a organização independente num comunicado colocado no seu site.

Recordando que as organizações não-governamentais locais apontaram uma sistemática violação do direito de voto no processo eleitoral do país, a Freedom House sublinhou que houve muito mais eleitores impedidos de votar nas cidades - onde a oposição tem mais força - do que nas zonas rurais dominadas pelo ZANU-PF.

“O facto de o primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai (do Movimento para a Mudança Democrática, oposição), ter obtido o mesmo número de votos nestas eleições que em 2008, enquanto o presidente Robert Mugabe recebeu mais um milhão do que em 2008 levanta sérias suspeitas", disse o diretor para os programas em África da Freedom House, Vukasin Petrovic.

Manifestando-se "desiludida" pela declaração da SADC, que elogiou o Zimbabué por ter realizado "eleições livres e pacíficas", a organização sediada em Washington apelou àquela organização regional que exija "eleições verdadeiramente livres, justas e credíveis" dos seus Estados-membros, disse Petrovic.

“A falta de violência não pode ser o novo critério para eleições na região”, refere.

A Freedom House pede aos Estados membros da SADC que revejam as suas declarações preliminares e reconheçam falhas no processo eleitoral e que suspendam quaisquer ações ou declarações que legitimem o governo do ZANU-PF até que seja realizada uma investigação genuinamente independente às irregularidades eleitorais.

Os resultados das eleições do Zimbabué dão vitória a Robert Mugabe e a União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF, em inglês), mas o seu rival político, o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, líder do Movimento da Mudança Democrática (MDC) contesta o escrutínio de 31 de julho, considerando-o uma farsa, e assegurou que vai recorrer dos resultados.

A SADC, cuja presidência rotativa é atualmente detida por Moçambique, havia exigido o adiamento das eleições de 31 de julho, para a conclusão das reformas, que permitiriam limitar o papel dos militares na atividade política, além de corrigir alguns erros no registo dos eleitores.

Contudo, apesar do apelo da organização, o bloco regional africano enviou observadores, incluindo alguns moçambicanos, que integram a Missão do Fórum das Comissões Nacionais de Eleições da SADC e da União Africana, e endossou as eleições no Zimbabué como sendo "livres e justas".

Cerca de 7.000 observadores nacionais e estrangeiros, de países africanos, estiveram envolvidos nas eleições de Zimbabué.

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