Número dois do governo de Hong Kong demite-se
A número dois do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, demitiu-se hoje, uma medida que é assumida como o primeiro passo para apresentar uma candidatura a chefe do Executivo, noticiou o South China Morning Post.
© Reuters
Mundo Carrie Lam
A secretária-chefe disse numa reunião à porta fechada que Carrie Lam tinha apresentado a sua demissão formalmente durante a manhã de hoje e que iria entrar na corrida eleitoral, informou o jornal em língua inglesa.
Até à data foram apresentadas três candidaturas formais às eleições para chefe do Executivo de Hong Kong, que decorrem no final de março.
Regina Ip, antiga secretária para a Segurança e membro do Novo Partido Popular (New People's Party), o juiz na reforma Woo Kwok-hing, e Wu Sai-chuen, um ex-membro da Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong [DAB, na sigla inglesa], são os três candidatos que formalizaram as candidaturas ao cargo.
O impopular líder da cidade, Leung Chun-ying, também conhecido por CY Leung, e considerado por muitos dos seus críticos como um "fantoche" de Pequim, disse a 09 de dezembro que deixaria o cargo em julho e que não voltaria a concorrer ao lugar de chefe do Executivo.
Na segunda-feira seguinte, 12 de dezembro, o secretário para as Finanças, John Tsang, pediu a renúncia ao cargo -- um procedimento entendido como o primeiro passo para avançar com uma candidatura formal --, mas até à data aguarda que o pedido seja aceite por Pequim.
Segundo a imprensa de Hong Kong, Carrie Lam reúne maior apoio entre as forças pró-Pequim, enquanto John Tsang -- apelidado de "Sr. Pringles" pelos órgãos de comunicação local por sua semelhança com a mascote da marca -- é visto como uma alternativa mais moderada ao atual líder Leung Chun-ying.
Ao abrigo do atual sistema eleitoral, o líder do Governo de Hong Kong é selecionado por um colégio eleitoral de 1.200 membros representativos dos vários setores sociais.
Em 2014, Pequim avançou com uma proposta de reforma política que previa a introdução de voto universal para o líder do Governo, mas só depois de os candidatos (dois a três) serem pré-selecionados por uma comissão de 1.200 membros, vista como próxima de Pequim.
A proposta, que ainda em 2014 esteve na origem do movimento Occupy, que durante 79 dias bloqueou as ruas da cidade, foi rejeitada pelo Conselho Legislativo em junho de 2015.
O pacote de reforma política proposto por Pequim acabou por ser chumbado pelo voto contra dos democratas.
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