Presidente turco condena apoio dos EUA a combatentes curdos
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou hoje o apoio dos Estados Unidos a combatentes curdos na Síria, depois de terem sido reveladas fotografias de comandos norte-americanos envergando a insígnia de um grupo considerado terrorista por Ancara.
© Reuters
Mundo Tayyip Erdogan
"O apoio que eles dão ao YPG [milícia]... eu condeno", disse Erdogan, que acrescentou: "Aqueles que são nossos amigos, que estão connosco na NATO... não podem, não devem enviar os seus soldados para a Síria envergando a insígnia da YPG".
A posição do Presidente turco surgiu depois de um fotógrafo da agência France-Presse ter capturado imagens de tropas norte-americanos na Síria com o símbolo da Unidade de Proteção do Povo Curdo (YPG, na sigla original).
Ancara considera a YPG como um grupo terrorista, acusando-a de realizar ataques na Turquia e de ser o braço na Síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla original), que tem lutado pela independência nos últimos 30 anos.
"O PKK, o PYD, o YPG, Daesh [Estado Islâmico], não há diferença. São todos terroristas", disse Erdogan.
Cerca de 200 militares norte-americanos estão no norte da Síria a ajudar as milícias locais a atingir Raqa, o bastião do grupo extremista Estado Islâmico, e prestar apoio nos ataques aéreos da coligação internacional.
Erdogan, que falava na cidade de Diyarbakir, de maioria curda, acusou os Estados Unidos de serem desonestos por causa do seu apoio à milícia e ao seu braço político, o Partido de União Democrática (PYD).
"Acredito que a política deve ser praticada com honestidade", disse o Presidente turco.
Os Estados Unidos, numa tentativa de evitar uma celeuma com a aliada Turquia, tinha anunciado na sexta-feira que as tropas de operações especiais no norte da Síria iriam parar de usar, a partir de agora, o emblema das guerrilhas da YPG.
O Departamento de Estado norte-americano procurou minimizar a polémica, insistindo que Washington e Ancara são parceiros próximos na luta contra o Estado Islâmico, apesar de desentendimentos sobre o papel da YPG.
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