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Ativistas da liberdade de imprensa denunciam a detenção de jornalista

Várias organizações de defesa da liberdade de imprensa condenaram hoje a detenção do jornalista nigeriano Daniel Ojukwu, que investigava a alegada apropriação indevida de fundos públicos por um antigo assessor do ex-Presidente Muhammadu Buhari.

Ativistas da liberdade de imprensa denunciam a detenção de jornalista
Notícias ao Minuto

15:28 - 09/05/24 por Lusa

Mundo Nigéria

Daniel Ojukwu, que trabalha para a Fundação para o Jornalismo de Investigação (IFJ) na Nigéria, não está contactável desde 01 de maio, informou o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), num comunicado, na quarta-feira.

A sua família e colegas souberam na sexta-feira que ele tinha sido preso e detido pela polícia em Lagos, antes de ser transferido para uma esquadra de polícia na capital Abuja, por violar a lei do cibercrime, segundo o CPJ.

O comité apelou à "libertação imediata" de Daniel Ojukwu, que sofre de problemas de saúde que requerem "cuidados médicos".

"Há pouco mais de seis semanas, mais de uma dúzia de soldados armados detiveram outro jornalista, Segun Olatunji, em sua casa, sem qualquer explicação", na Nigéria, afirmou ainda Angela Quintal, diretora do programa do CPJ para África, no comunicado.

Por seu lado, a Amnistia Internacional apelou às autoridades nigerianas na rede social X, na quarta-feira, para que "deixem de punir os jornalistas que tentam pôr fim à cultura generalizada de impunidade que permite que as práticas corruptas fiquem impunes".

"O rapto de Daniel Ojukwu é um ataque monumental à liberdade de imprensa", declarou no mesmo dia o programa Report for the World.

A detenção de Daniel Ojukwu ocorreu na sequência da sua investigação sobre a alegada má gestão financeira de mais de 147 milhões de nairas (cerca de 98.897 euros) por parte de Adejoke Orelope-Adefulire, um assessor da administração do antigo Presidente nigeriano Muhammadu Buhari.

Este último alegadamente pagou a soma de dinheiro, que deveria ser usada "para construir uma escola, para a conta bancária de um restaurante, de acordo com a IFJ e o seu fundador, Fisayo Soyombo", disse o CPJ.

A Nigéria ocupa o 112.º lugar entre 180 países no último Índice Mundial de Liberdade de Imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgado a 03 de maio, devido à vigilância, às agressões e às detenções arbitrárias a que os seus jornalistas são regularmente sujeitos.

Por ocasião da divulgação do Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, a organização não-governamental RSF, denunciou que os jornalistas e meios de comunicação social estão a ser sujeitos a crescente violência por parte de políticos e apoiantes na África subsaariana durante campanhas eleitorais.

Mais de 8% dos países africanos estão agora assinalados a vermelho no Índice Mundial da Liberdade de Imprensa de 2024 publicado no início do mês, o dobro do número registado em 2023.

No seu comunicado a RSF salienta a Nigéria, onde cerca de 20 jornalistas foram atacados no início de 2023, apesar de o país ter subido 11 lugares para o 112.º.

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