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EUA repatriam mais de 20 ocidentais de campos 'jihadistas' na Síria

Os Estados Unidos anunciaram hoje ter repatriado 11 cidadãos norte-americanos, entre os quais cinco menores, de campos de prisioneiros 'jihadistas' no nordeste da Síria, e ajudado a sair deles mais 11 cidadãos ocidentais.

EUA repatriam mais de 20 ocidentais de campos 'jihadistas' na Síria
Notícias ao Minuto

20:15 - 07/05/24 por Lusa

Mundo Síria

A operação, descrita como "complexa", foi levada a cabo por várias agências norte-americanas, pelas autoridades do Kuwait e pelas forças curdas.

Além dos cidadãos norte-americanos, a operação permitiu igualmente o regresso a casa de seis canadianos, quatro neerlandeses e um finlandês, oito dos quais crianças, precisou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, num comunicado.

"Foi o maior repatriamento até à data de cidadãos norte-americanos do nordeste da Síria", declarou.

Os Estados Unidos da América (EUA) acolheram também no seu território "uma criança de nove anos que não é norte-americana mas é irmão ou irmã de um dos menores norte-americanos repatriados".

Cinco anos após a queda do autoproclamado "califado" do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, dezenas de milhares de mulheres e crianças próximas dos 'jihadistas' encontram-se detidas pelas forças curdas sírias aliadas dos Estados Unidos em campos no nordeste da Síria, nomeadamente em Al-Hol e Roj, onde reina a violência e as privações são muitas.

Al-Hol é o maior campo de detenção, com mais de 43.000 pessoas de 47 países, muitas das quais são familiares de combatentes do EI.

Apesar dos repetidos apelos das autoridades locais, muitos países ocidentais recusam-se a repatriar os seus cidadãos, limitando-se a autorizar regressos "a conta-gotas", por temerem eventuais atos terroristas nos seus territórios.

"A única solução duradoura (...) é que os países repatriem, reabilitem, reintegrem e se certifiquem que os responsáveis por atos repreensíveis por eles são responsabilizados", recordou o chefe da diplomacia norte-americana.

Os Estados Unidos há muito que exercem pressão sobre os Governos europeus para que procedam ao repatriamento destas pessoas.

As identidades dos cidadãos norte-americanos repatriados não foram reveladas. Segundo o diário The New York Times, integram o grupo uma mulher norte-americana e os seus nove filhos. O marido, um cidadão turco, levou a família para o território do EI e terá depois sido morto.

O jornal Star Tribune, de Minneapolis, noticiou na semana passada que um homem que se juntara às fileiras do EI mas se tinha tornado um valioso informador estava a pedir o repatriamento dos seus dois filhos, um dos quais aparentemente não tem nacionalidade norte-americana, para serem criados pelos avós, no Estado do Minnesota.

O Departamento de Estado não forneceu qualquer informação sobre a forma como se realizou a operação de repatriamento.

No final de abril, pelo menos 160 famílias iraquianas, perfazendo um total de cerca de 700 pessoas, foram repatriadas do campo de Al-Hol para o Iraque.

O Iraque é um dos raros países a repatriar regularmente os seus cidadãos, um esforço saudado tanto pela ONU como pelos Estados Unidos.

Em abril, a Amnistia Internacional acusou as autoridades autónomas curdas de cometerem "crimes de guerra" nos centros e campos, acusação que estas rejeitaram.

As forças dirigidas pelos curdos lideraram a luta contra o grupo 'jihadista' EI, que se apoderou a partir de 2014 de grandes parcelas de território da Síria, durante a guerra civil no país, iniciada em 2011.

Milhares de 'jihadistas' de todo o mundo afluíram à Síria, proclamada nova terra de 'jihad' (guerra santa) após a eclosão do conflito, e combateram nas fileiras do EI.

Leia Também: EUA repatriam 11 cidadãos de campos ligados ao Estado Islâmico na Síria

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