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Três homens afogam-se ao tentarem provavelmente abandonar a Ucrânia

Os cadáveres de três homens que tentavam provavelmente abandonar a Ucrânia foram retirados de um rio que faz fronteira com a Roménia, muitas vezes utilizado por pessoas em fuga à mobilização militar, anunciou hoje a guarda fronteiriça ucraniana.

Três homens afogam-se ao tentarem provavelmente abandonar a Ucrânia
Notícias ao Minuto

16:03 - 07/05/24 por Lusa

Mundo Ucrânia

Na Ucrânia, os homens com idades entre 18 e 60 anos não podem sair do país, salvo raras exceções, devido à lei marcial, imposta em tempo de guerra.

No entanto, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, muitos homens deixaram a Ucrânia de forma ilegal ou legal para evitar serem recrutados para o Exército.

O medo dos homens em idade de combate está a aumentar, a 11 dias da entrada em vigor de uma nova lei que permite a mobilização de mais soldados.

Os cadáveres foram retirados na segunda-feira do rio Tisza (Tyssa, em ucraniano), na Transcarpácia, indicou a guarda fronteiriça num comunicado.

Um pescador encontrou o corpo "sem vida" de um homem de 28 anos que habitava no oeste do país, segundo a mesma fonte.

A guarda fronteiriça encontrou depois mais dois cadáveres, o de um homem de 20 anos residente no nordeste da Ucrânia e o de outro cuja identidade "não foi ainda descoberta".

Pelo menos dois deles estavam, portanto, em idade de combater. As autoridades ucranianas não conseguiram, contudo, confirmar claramente que eles fugiam à mobilização.

"Tratava-se, provavelmente, de pessoas que estavam a tentar atravessar ilegalmente a fronteira [para a Roménia]", afirmou o porta-voz da guarda fronteiriça, Andriï Demtchenko.

O rio é "perigoso", explicou o seu departamento, condenando os "criminosos ávidos de lucros ilícitos" que se oferecem para ajudar quem quer atravessá-lo.

As autoridades alertam com regularidade para tais riscos, uma vez que o rio Tisza é frequentemente utilizado por pessoas que pretendem fugir do país.

A 18 de maio, entrará em vigor na Ucrânia uma polémica nova lei sobre a mobilização militar, nos termos da qual as penas para quem tentar fugir à mobilização são agravadas.

As autoridades querem mobilizar mais homens para reforçar as fileiras do Exército, que está com dificuldade em recrutar voluntários.

Mas o diploma, promulgado em abril pelo Presidente, Volodymyr Zelensky, está a causar indignação, porque não prevê um prazo de desmobilização para os soldados.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.

Leia Também: Informações sobre uso de armas químicas na Ucrânia são "insuficientes"

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