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Ataque da aviação etíope matou 26 pessoas na província de Amhara

Pelo menos 26 pessoas morreram e 55 ficaram feridas, no domingo, num ataque da aviação etíope a uma cidade da província de Amhara, revelou hoje fonte sanitária.

Ataque da aviação etíope matou 26 pessoas na província de Amhara
Notícias ao Minuto

18:23 - 14/08/23 por Lusa

Mundo Etiópia

O ataque ocorreu depois de as autoridades federais terem proclamado que a calma tinha sido restaurada na região.

As milícias locais mantêm um conflito com as forças armadas federais devido à pretensão do governo central em as desmantelar e, na semana passada, os militares retomaram à força as principais cidades de Amhara.

O ataque aéreo atingiu o centro da comunidade de Finote Selam no domingo, disse um funcionário da saúde, que, como outras pessoas, falou sob condição de anonimato por medo de retaliação.

A fonte revelou que 22 pessoas morreram no local e que vários dos feridos tiveram de ser amputados.

Segundo dois residentes, o ataque aéreo teve como alvo um camião que transportava civis que regressavam da entrega de alimentos aos combatentes da milícia conhecida como Fano, mas esta alegação não pôde ser verificada.

Um porta-voz do governo federal ainda não fez qualquer comentário ao sucedido.

A Comissão Etíope dos Direitos Humanos, nomeada pelo Estado, anunciou hoje "relatos credíveis de ataques e bombardeamentos" em Finote Selam e noutras cidades de Amhara "resultando em muitas vítimas civis".

A Comissão afirmou ainda que os funcionários regionais de Amhara foram alvo de ataques, tendo alguns sido mortos, "o que resultou no colapso temporário da estrutura estatal local em muitas áreas".

O conselho de ministros da Etiópia declarou o estado de emergência no início deste mês na região de Amhara.

A milícia Fano lutou ao lado das forças militares etíopes num conflito que se prolongou durante cerca de dois anos na província vizinha do Tigray, que terminou com um acordo de paz em novembro passado.

Com o fim deste conflito, as autoridades federais ordenaram o desmantelamento das milícias e a sua integração nas forças armadas.

Advogados e testemunhas afirmam que as autoridades estão agora a efetuar detenções em massa de centenas, ou mesmo milhares, de pessoas na capital da Etiópia, no contexto da agitação em Amhara.

As medidas de emergência permitem às autoridades deter suspeitos sem mandado, efetuar buscas e impor o recolher obrigatório.

No âmbito de um anterior estado de emergência imposto durante o conflito no Tigray, dezenas de milhares de pessoas da etnia tigray foram detidas em todo o país.

Desta vez, "houve uma detenção generalizada de civis de origem étnica amhara", disse a comissão de direitos humanos.

O governo federal afirmou que apenas 23 pessoas foram detidas ao abrigo do estado de emergência em Adis Abeba.

Entre os detidos está Christian Tadele, um deputado da oposição que, segundo a Constituição da Etiópia, deveria ter imunidade de prisão por ser membro do parlamento.

"Nenhum suspeito foi detido para além destes 23 indivíduos e a informação que circula de que há detenções em massa está errada", afirmou na sexta-feira o serviço de comunicação do governo federal.

A comissão de direitos humanos pediu que o estado de emergência fosse limitado a um mês e "ao local específico onde se diz que ocorreu o perigo especial, em vez de o aplicar a todo o país".

Leia Também: Etiópia. Comissão manifesta "grande preocupação" com combates em Amhara

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