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Felipe González diz que Juan Carlos acertou no timing

O antigo primeiro-ministro Felipe González afirmou hoje que o rei Juan Carlos acertou na escolha do momento para abdicar, mas considerou estranho que não tenha sido o monarca, mas sim o chefe do Governo a anunciar a decisão.

Felipe González diz que Juan Carlos acertou no timing
Notícias ao Minuto

11:02 - 03/06/14 por Lusa

Mundo Ex-primeiro-ministro

Em entrevista à Cadena Ser, o antigo chefe do Governo espanhol disse que a noticia não o surpreendeu, mas que causou um "certo incómodo" a sequência do anúncio, já que teria sido razoável que fosse o rei, depois de comunicação prévia ao chefe do Governo, a comunicar a decisão diretamente à nação.

"Teria gostado de ter ouvido diretamente o rei", disse Juan Carlos.

González disse estar convicto de que se trata de uma decisão séria e meditada sobre o futuro da instituição e que a mesma se deve à idade e não a problemas ou dificuldades físicas.

Para o ex-chefe do Governo, a sucessão na coroa deve servir de chamada de atenção para "pôr as coisas no sítio" no atual momento de crise institucional, económica e social.

Noutra rádio, a Onda Cero, o também ex-chefe de Governo José Luis Rodríguez Zapatero disse que Felipe de Borbón, que será o novo rei, é reconhecido mesmo por aqueles que "não são partidários da monarquia", considerando que "é difícil encontrar críticas" ao príncipe.

Elogiando o futuro rei, Zapatero sublinhou que este é uma pessoa séria, responsável, muito bem formada e "extraordinariamente meticuloso na análise das questões".

As circunstâncias em que o seu pai foi coroado, vincou, eram mais difíceis e Felipe VI "terá agora que ter uma conversa diferente com a geração mais jovem".

Sobre o rei Juan Carlos, Zapatero recordou que era o primeiro a ligar-lhe "quando havia más notícias, difíceis e duras para Espanha e para o Governo e também a primeira" a congratulá-lo se as noticias eram boas.

"A memória mais viva que tenho é dos dias que antecederam o final da violência terrorista da ETA", declarou, recordando: "Eu sabia o que ia ocorrer e quando o informei de que receberíamos o comunicado da ETA, lembro-me que, no seu escritório, se levantou e me deu um abraço muito emocionado".

O atual primeiro-ministro, Mariano Rajoy preside hoje a uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que terá como único ponto na agenda a aprovação da lei orgânica que fixará o procedimento a seguir para a sucessão, na sequência do anúncio da abdicação de Juan Carlos.

A tramitação institucional até à proclamação de Felipe VI como próximo rei de Espanha, poderá demorar entre três e seis semanas segundo cálculos da Casa Real, prazo que decorrerá entre a aprovação, no Conselho de Ministros de hoje da lei orgânica que permitirá formalizar a abdicação e a posteriormente promulgação e a formalização da decisão anunciada.

O rei de Espanha, Juan Carlos de Borbón y Borbón, 76 anos, anunciou segunda-feira a sua vontade de entregar a coroa ao filho, Felipe, depois de um reinado de 39 anos, um dos mais longos da história, para dar a vez a uma nova geração "que reclama um papel de protagonismo".

"Para os efeitos constitucionais procedentes, adjunto o escrito que li e entrego ao senhor presidente do Governo neste ato, mediante o qual lhe comunico a minha decisão de abdicar da Coroa de Espanha", lê-se no documento, assinado por Juan Carlos e entregue ao primeiro-ministro, Mariano Rajoy.

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