Investigação de crimes russos pelo G7 é "1.º passo para o inevitável"
Na ótica do conselheiro presidencial ucraniano, Moscovo "nunca teve 'objetivos legítimos' na Ucrânia".
© REUTERS/Kemal Aslan
Mundo Ucrânia/Rússia
No rescaldo do anúncio do G7, que revelou, na terça-feira, que criará uma base de dados para investigar os crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, apontou que esse é o “primeiro passo para o inevitável”, uma vez que Moscovo “nunca teve ‘objetivos legítimos’ na Ucrânia”.
“A Federação Russa nunca teve ‘objetivos legítimos’ na Ucrânia. Invadiu outro país e violou a lei internacional, destruiu deliberadamente a sua infraestrutura e cometeu assassinatos em massa. A decisão do G7 de iniciar uma investigação aos crimes russos [é o] primeiro passo no caminho para o inevitável. No tribunal”, disse o responsável, na rede social Twitter.
De notar que o anúncio foi feito pelo ministro da Justiça alemão, Marco Buschmann, no final da reunião ministerial do G7, na terça-feira, indicando que o organismo vai criar uma base de dados para apoiar as investigações internacionais e nacionais sobre os crimes de guerra cometidos na Ucrânia, incluindo a destruição sistemática de infraestruturas essenciais.
RF has never had "legitimate goals" in Ukraine. It invaded another country violating international law, deliberately destroys its infrastructure and commits mass murders. The G7 decision to start ru-crimes investigation — first step on the way to the inevitable. To the Tribunal.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) November 30, 2022
Recorde-se ainda que o Tribunal Penal Internacional (TPI) iniciou, em março, uma investigação sobre o conflito, a pedido de um primeiro grupo constituído por 40 países, aos quais se somaram outros Estados e organizações internacionais. Estas investigações no terreno decorrem em paralelo com aquelas realizadas pela própria Ucrânia, bem como por uma série de países ocidentais aliados de Kyiv contra a invasão russa.
Além disso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelou, esta quarta-feira, que o bloco europeu vai “trabalhar com o TPI para criar um mecanismo especializado para julgar os crimes de guerra cometidos pela Rússia” na Ucrânia, de modo a assegurar que o país “paga pela devastação que provocou”.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva russa na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.655 civis desde o início da guerra e 10.368 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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