UE propõe tribunal para investigar e punir crimes de guerra russos

Von der Leyen considerou que "a Rússia também deve pagar financeiramente pela devastação que causou", dando conta de que "os danos sofridos pela Ucrânia são estimados em 600 mil milhões".

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Daniela Filipe
30/11/2022 08:52 ‧ 30/11/2022 por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelou, esta quarta-feira, que o bloco europeu vai “trabalhar com o Tribunal Penal Internacional (TPI) para criar um mecanismo especializado para julgar os crimes de guerra cometidos pela Rússia” na Ucrânia, de modo a assegurar que o país “paga pela devastação que provocou”.

A Rússia deve pagar pelos seus crimes horríveis, inclusivamente pelo crime de agressão contra um estado soberano. É por isso que, continuando a apoiar o Tribunal Penal Internacional, propomos a criação de um tribunal especializado apoiado pelas Nações Unidas para investigar e processar o crime de agressão da Rússia”, disse, numa mensagem em vídeo publicada na rede social Twitter.

A responsável salientou que a invasão russa “trouxe morte, devastação e sofrimento indescritível”, recordando “os horrores de Bucha”, onde dezenas de corpos de civis foram encontrados, após a retirada das forças de Moscovo.

“Estima-se que mais de 20 mil civis e mais de 100 mil militares ucranianos tenham sido mortos até ao momento”, disse, salientando que o bloco europeu está preparado para “começar a trabalhar com a comunidade internacional para obter o maior apoio possível para este tribunal especializado”.

Von der Leyen considerou ainda que “a Rússia também deve pagar financeiramente pela devastação que causou”, dando conta de que “os danos sofridos pela Ucrânia são estimados em 600 mil milhões”.

A Rússia e os seus oligarcas devem compensar a Ucrânia pelos danos e pelos custos da reconstrução do país”, argumentou, rematando que “os crimes horríveis da Rússia não ficarão sem castigo”.

De notar que a Rússia rejeita ter cometido qualquer crime de guerra na Ucrânia, apesar das provas do massacre em Bucha. Além disso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que mais de 400 crimes de guerra foram cometidos em Kherson durante a ocupação russa da cidade.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva russa na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram 6.655 civis desde o início da guerra e 10.368 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Putin é "um monstro". Zelenska apela por "justiça" contra crimes sexuais

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