Protestos previstos para comício da associação pró-armas dos EUA
Reunião anual da NRA surge poucos dias depois de um dos tiroteios mais sangrentos numa escola norte-americana.
© Getty Images
Mundo Estados Unidos
Na sequência de mais um tiroteio em massa nos Estados Unidos, as atenções viram-se para a NRA (do inglês, National Rifles Association), a associação pró-armas e um dos maiores grupos de lóbi do país. É que o comício anual da associação decorre este fim-de-semana, apenas cinco dias depois do tiroteio na escola de Uvalde, no Texas, onde morreram 19 crianças e dois adultos.
A reunião entre defensores do porte de armas, políticos e empresas da indústria do armamento acontece no mesmo estado onde fica a escola de Uvalde, e o centro de convenções está a menos de 500 quilómetros da escola primária.
Apesar dos apelos dentro e fora dos Estados Unidos, tanto do presidente dos Estados Unidos como do Papa e do primeiro-ministro espanhol, para limitar o acesso a armas de fogo, o mais previsível é que os políticos republicanos bloqueiem qualquer proposta legislativa que vá nesse sentido.
Há anos que a NRA financia políticos republicanos e campanhas eleitorais para bloquear quaisquer propostas que os democratas coloquem em cima da mesa e para defender o direito ao porte de arma, consagrado na 2.ª Emenda da Constituição norte-americana Muitos apontam o dedo à NRA no rescaldo de cada tiroteio, já que muitas vezes as armas semiautomáticas e automáticas usadas para matar civis são compradas legalmente.
Por exemplo, há onze dias, Salvador Ramos fez 18 anos e, nesse mesmo dia, comprou duas armas semiautomáticas AR-15 numa loja em Uvalde - no Texas, é permitido comprar armas a partir dos 18 e, a partir dos 21, já nem sequer é necessária licença de porte de armas. Menos de dez dias depois, o jovem entrou na escola de Uvalde e matou 19 crianças e dois adultos.
O comício vai ocorrer durante este fim-de-semana, no centro de convenções George R. Brown. No jardim em frente ao centro, está previsto um protesto intitulado '#WeDemandJustice' (do inglês 'Exigimos Justiça'), que foi subscrito por várias organizações não-governamentais (ONG) da região e do país.
"Cada orador no evento deste fim de semana é responsável pelas vidas inocentes perdidas para a violência armada. Já chega de condolências e orações", disse o partido democrático da cidade de Houston, no Facebook.
O movimento 'March For Our Lives', um dos maiores movimentos anti-armas nos EUA, também vai estar presente para manifestar-se contra os legisladores republicanos.
No comício da NRA, os nomes mais sonantes a discursar serão os de Ted Cruz, o senador do Texas que defendeu o porte de armas pouco depois do tiroteio, e o ex-presidente Donald Trump, que no seu mandato também foi um apologista da 2.ª Emenda.
O governador do Texas, Greg Abbott, que em setembro de 2021 assinou uma lei que permitiu um acesso ainda maior às armas no seu estado, anunciou na quinta-feira que não iria ao evento perante a pressão popular sobre o comício.
O tiroteio em Uvalde foi o segundo tiroteio mais mortífero numa escola nos Estados Unidos. Com 19 crianças e dois adultos mortos, o massacre fica apenas atrás do tiroteio de Sandy Hook, em 2012, no qual morreram 26 pessoas, incluindo 20 crianças.
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