UE expressa "consternação" com abertura de Varosha pela Turquia
A União Europeia (UE) expressou hoje "consternação séria" com a decisão turca, a 06 de outubro, de abrir Varosha, uma estância balnear na ilha do Chipre que se encontra desocupada desde 1974, aquando da divisão da ilha entre turco-cipriotas e grego-cipriotas.
© iStock
Mundo Turquia
O alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, emitiu hoje um comunicado em que apela a que a Turquia "reverta imediatamente as ações recentes" e sublinha "a importância do estatuto de Varosha, tal como previsto nas resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU)".
Referindo que a UE "apoia a retomada rápida de negociações entre todas as partes, sob o auspício da ONU", o comunicado sublinha também que "o respeito total das resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU é crucial" para que o diálogo entre todas as partes possa ter lugar.
O comunicado surge após uma reunião, na segunda-feira, do conjunto dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no Luxemburgo.
Nas conclusões da reunião, os chefes da diplomacia europeia tinham referido que "a reabertura de Varosha minava a confiança mútua [entre a UE e a Turquia]" e sublinhavam que tais ações iriam "apenas aumentar tensões" e deviam ser "imediatamente revertidas".
A estância balnear de Varosha encontra-se desocupada desde 1974, altura em que a ilha de Chipre ficou divida entre turco-cipriotas no norte, e grego-cipriotas no sul.
Desde então, a estância balnear servia de terra de ninguém entre as duas regiões da ilha e estava coberta por uma resolução da ONU, de 1984, que impedia que fosse repovoada e previa que ficasse sob o controlo da ONU, algo que nunca aconteceu.
Ancara anunciou a sua intenção de abrir Varosha a 06 de outubro, no seguimento das tensões entre a Turquia, Grécia e Chipre, devido às perfurações ilegais turcas nas zonas económicas especiais gregas e cipriotas.
No Conselho Europeu de 01 e 02 de outubro, os líderes europeus tinham reiterado a sua vontade de "encetar um diálogo positivo com a Turquia", sublinhando, no entanto, que não hesitariam em utilizar "todos os mecanismos disponíveis" caso as "provocações" de Ancara continuassem.
A abertura de Varosha é considerada por Chipre como uma "violação flagrante" das resoluções da ONU, segundo as palavras do presidente cipriota, Nicos Anastasiades.
O Conselho de Segurança da ONU tinha também apelado, na sexta-feira passada, ao encerramento de Varosha por temer que a reabertura "pudesse aumentar as tensões na ilha".
Seguro de vida: Não está seguro da sua decisão? Transfira o seu seguro de vida e baixe a prestação
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com